Quem defende a liberdade na rede?
O criador da Web ou Eduardo Cunha, o Jim Jones do PMDB?
Fernando Brito
“Espero que com a aprovação desta lei, o Brasil solidifique sua orgulhosa reputação como um líder mundial na democracia e no progresso social, ajudando inaugurar uma nova era mundial– onde os direitos dos cidadãos em todos os países ao redor do globo sejam protegidos por leis digitais de direitos”.
O trecho é da carta pública(AQUI) enviada pelo criador da internet, Tim Berners-Lee, apoiando a aprovação do Marco Civil da Internet, que deve ser votado daqui a pouco no Congresso.
O britânico, que comemorou no dia 12 os 25 anos de criação da rede mundial de computadores, disse que a aprovação do projeto como está, garantindo a neutralidade no trânsito de dados é o“o melhor presente de aniversário possível para os usuários da web no Brasil e no mundo”.
Contra ele, egue-se a força do Jim Jones do PMDB, Eduardo Cunha, apoiado por Aécio Neves e Eduardo Campos que, apesar de não assumirem abertamente, como Cunha, a defesa das teles, jogam para a platéia dizendo que querem “mais tempo” para discutir um projeto que está há quase três anos no Congresso.
O Governo deve insistir com a votação, pois já cedeu em tudo o que permitia concessões.
As questões que restam agora são inegociáveis, porque, além de criar uma “velocidade censitária” no tráfego de dados na rede – quem paga mais anda rápido, quem paga menos rasteja – inviabiliza, pelas ameaças judiciais a quem se expressa, o exercício da liberdade na Web, como descreve, muito bem, Paulo Henrique Amorim em seu Conversa Afiada.
Mais cedo ou mais tarde, a hora da verdade chega.
Não adianta estar no Governo se nem em questões essenciais se pode ser Governo.
E a liberdade é a mais essencial de todas as questões.
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