quarta-feira, 19 de março de 2014

A Petrobras é o alvo do ódio, mas fingem que a defendem                     

Fernando Brito                                     
p58
Impressionante como a elite brasileira se traveste.
Agora, são os campeões da eficiência e da lucratividade da Petrobras.
Eles, que até outro dia gritavam que a gasolina brasileira era uma das mais caras do mundo,  agora defendem o aumento do preço dos combustíveis, já e já.
Tudo uma grande encenação, como no editorial de O Globo, hoje.
Saúda a presidente da empresa por  ”ter dito” o que não disse, que a empresa passaria para segundo plano as aquisições de componentes, serviços e navios no Brasil.
Que estão, orgulhosamente, indo um a um para seus postos de combate por nossa independência, como foi, ontem, a P-58, a da foto lá de cima, feita lá na ponta do Brasil, no porto do  Rio Grande para começar a tirar 180 mil barris por dia, do pré e do pós-sal.
E O Globo, que não gosta disso, vai se fazendo de bonzinho, vai indo, vai indo, elogia daqui, dali…
E chega ao ponto:
“Espera-se que a mesma visão crítica de Foster (Graça, a presidenta da Petrobras) abranja o anacrônico monopólio criado por estatistas para a empresa ser hegemônica na operação nos campos do pré-sal, e os 30% cativos nos consórcios na área”.
Bingo!
Os grandes amigos da Petrobras querem que ela, coitadinha, largue os 30% garantidos que tem do pré-sal…
Pra quê, não é?
Aquele petróleo sujo, lá tão fundo, que exige investir e, durante algum tempo, aumentar dívidas e reduzir dividendos de acionistas, para que amanhã possa render muito…
Vamos deixar para as multis, não é?
Vamos ganhar os royalties, os dividendos serão bons porque não se investe nada, tudo ficará bem.
E o Brasil continuará pobre, embora com ricos cada vez mais ricos na lista da Forbes.

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