quinta-feira, 30 de abril de 2015


40  anos  do 'impossível' 

que aconteceu no Vietnã


Fernando Brito               
helicoptero
Em 1964, eu era um guri de seis anos, tentando entender o que meu pai – sei lá como – queria me explicar que os Estados Unidos, por ordem de Lyndon Johnson, tinham lançado bombardeios contra o Vietnã.
Bombardeios eu fazia uma vaguíssima ideia do que eram, pois o cinema era pródigo nas imagens da 2a.Guerra Mundial.
Mas Vietnã? Vietnamitas, Delta do Mekong, vietcongues, o que seria isso?
Era um destes lugares que não existia, embora existisse.
Não existia talvez em lugar nenhum a não ser lá mesmo, mas passou a existir no mundo inteiro, até lá, no Lins de Vasconcellos.
Nos anos seguintes, em cada Repórter Esso, o locutor Gontijo Teodoro apresentava, antes de começarem a chegar as imagens, um boletim de baixas que relatava milhares de mortes diárias de vietnamitas e algumas (poucas) unidades de cadáveres americanos.
Depois começaram a chegar as imagens. Borradas, mesmo sem cor, iguais às as que despencavam nos filmes dos aliados sobre a Alemanha.
Iguais? Não, três vezes mais numerosas – um milhão de toneladas de bombas por ano de guerra – com requintes de maldade que minha geração foi aprendendo palavras estranhas e más: tordon, agente-laranja (herbicidas contra os campos de arroz e desfolhante para florestas) e napalm, a terrível geléia incandescente que as bombas espalhavam sobre campos, casas e pessoas.
Assistíamos atônitos àquilo e as nossas mentes infantis achavam que a guerra seria vencida pelos norte-americanos, simplesmente porque não sobrariam vietnamitas.
As imagens, por fim, foram se impondo às bombas.
A ofensiva do Tet, com o desafio dos vietcongs em assaltar a própria Embaixada Americana em Saigon.
Os jovens americanos enchendo as ruas dos EUA, em manifestações contra a guerra.
Resultado de imagem para Imagens do vietcongO general sul-vietnamita, aliado americano, executando com um tiro na cabeça um vietcong indefeso e de mãos amarradas.
O massacre da aldeia de My Lay , quando o frenesi assassino das tropas americanas chacinaram em horas mais de 500 pessoas indefesas e só pararam depois que um piloto de helicóptero, Hugh Thompson Jr, pousou seu aparelho e ordenou aos seus artilheiros Lawrence Coburn e Glenn Andreotta que abrissem fogo com as metralhadoras de bordo  contra qualquer soldado norte-americano que se recusasse a obedecer a ordem de interromper o massacre.
Resultado de imagem para Imagens dos ataques americanos com napalm no VietnãA menina Kim Phuc correndo das bombas nua, com a pele queimada lhe caindo do corpo.
Em pouco mais de três anos, a guerra onde tudo era desproporcional entre a maior potência do mundo e um dos povos mais pobres do planeta virou-se ao contrário e em 1972, os norte-americanos começavam a sua retirada.
Que se completou em 1975, num 30 de abril de  40 anos atrás, quando o último helicóptero dos EUA decolou levando seus últimos militares e quem da elite sul-vietnamita, sua aliada entreguista, conseguiu lugar no “salve-se quem puder”.
Quem tem menos de 50 anos talvez não consiga entender como os de 15 ou 20 anos a mais crescemos sob a sombra daquela guerra, onde as câmaras e microfones foram armas mais importantes que os jatos e foguetes.
Dizem que a verdade é a primeira baixa numa guerra.
Acho que, no final, porém, ela é a única sobrevivente.
Um ano depois, era lançado o filme 'Corações e Mentes', que retratava a perplexidade dos norte-americanos com aquilo que eles próprios haviam feito e que chegou aqui aos garotos que não sabiam, aos seis anos, onde era aquela guerra, a do Vietnã.
E que aprenderam, a vida inteira,  que aquela e todas as guerras se travam ali, nos corações e nas mentes.
 Vale a pena assistir ao filme abaixo...

O  infame  Beto Richa, 
governador do Paraná 

O governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, é o retrato doloroso do que se transformou o principal partido de oposição no país.
O partido fundado por Franco Montoro, Mário Covas, que abrigou a generosidade de Sérgio Motta, a sensibilidade social de Bresser-Pereira, e até a temperança de um José Richa, a esperança de uma socialdemocracia moderna, tornou-se um valhacouto do que pior e mais rancoroso a política brasileira exibiu nos últimos anos.
A usina de ideias e propostas que parecia brotar do partido no inicio dos anos 90 foi substituída por uma cloaca interminável, um lacerdismo sem talento, um samba de uma nota só desafinado.
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Derrotado em Minas Gerais, restaram ao partido dois estados para mostrar, até 2018, um mínimo de políticas inovadoras: São Paulo e Paraná.
De São Paulo não se espere nenhuma pró-atividade. Por aqui, definham institutos de pesquisa, aparelho cultural, universidades e, especialmente, as ideias.
Hoje haverá audiência pública para a extinção da Fundap (Fundação de Desenvolvimento Administrativo) e da Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal).
Hoje em dia, há uma disputa ferrenha para definir o governo mais inerte: se o de Dilma ou de Alckmin.
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Mas nada se equipara ao desastre completo que se observa no Paraná.
O massacre que a Polícia Militar impôs, ontem, aos professores que manifestavam contra o governo entrará para a história política contemporânea como o dia da infâmia.
200 pessoas feridas, 15 em estado grave, uma covardia sem fim, cujo único gesto nobre foi o de 17 policiais que se recusaram a atacar os manifestantes – e foram punidos por isso.
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É apenas o desfecho de uma gestão desastrosa, que quebrou o estado. Mas reflete um estado de espírito que se apossou do partido, quando substituiu os intelectuais por pitbulls de baixíssimo nível.
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Nos últimos anos, a reboque da mídia, a única bandeira que o partido cultivou foi o antipetismo – como se fosse possível se tornar alternativa de poder sendo apenas anti.
Hoje em dia definha o PT e definha o governo Dilma, o país está rachado ao meio, há um ódio permanente no ar. A política econômica procede a aumentos sucessivos da taxa Selic, com a atividade econômica agonizante. E o governo patina sem um projeto de país para oferecer.
Seria o momento de se apresentarem os mediadores, os que conseguissem ser a síntese das políticas sociais do PT com a visão de mercado do velho PSDB desenvolvimentista.
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Mas a miopia reiterada dos seus gurus, a falta de visão estratégica, o personalismo absurdo de uma geração geriátrica que se aboletou no poder, impediu a renovação do PSDB e permitiu que o infame Beto Richa se tornasse a cara do partido.
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O que Richa fez foi apenas externar, com atos, a virulência desmedida da cara do partido, os Aloysios Nunes, Aécios Neves, Carlos Sampaios, Josés Serras.
Não foi à toa que, nas últimas eleições, a parcela mais moderna do empresariado paulista saltou fora do bonde do PSDB e tentou fazer alçar voo a candidatura de Marina Silva.
O espaço político está vago para aventureiros políticos, porque a geração das diretas acabou.

Teori Zavascki:  palmas de pé para ele, por ter posto Sérgio Moro no seu devido lugar 

Paulo Nogueira                


Devolveu respeitabilidade ao STF
Ele devolveu respeitabilidade ao STF
Teori Zavascki jamais vai ser o Homem do Ano da Globo, e isto é um formidável ativo que ele carrega.
Teori é aquele tipo de ministro do STF tão raro: aquele que não se deixa deslumbrar e intimidar pela mídia.
Suas sentenças não parecem feitas para agradar a Globo, e sim para buscar o máximo de justiça numa disciplina complexa e não exata.
Mais que nenhum outro juiz, ele deu uma cara nova ao Supremo quando a ele chegou, num momento em que Joaquim Barbosa, sob incentivo cínico da mídia, comandou um espetáculo tétrico de justiça partidarizada no Mensalão.
Depois de escolhas desastrosas de juízes pelo PT – Barbosa por Lula, Fux por Dilma – Zavascki devolveu ao menos parte da respeitabilidade perdida pelo STF no Mensalão.
É antológica a enquadrada que Zavascki deu, ontem, em Sérgio Moro, candidato a ser um novo Joaquim Barbosa como símbolo da justiça torta com sua condução descaradamente antipetista da Lava Jato.
Zavascki usou as palavras certas: o método de Moro – manter presas pessoas sem culpa configurada em busca de delações — é “medievalesco” e envergonha qualquer “sociedade civilizada”.
Moro acabou ali.
O que se verá, daqui por diante, são os restos de Moro vagando por Curitiba, à espera do desfecho de uma história da qual ele sai como vilão.
Gilmar Mendes acompanhou Zavascki na sessão que liberou nove empreiteiros que já não tinham o que fazer na prisão. Mas é difícil encontrar nobreza em Mendes.
É mais fácil imaginar que ele tenha votado certo pelo motivo errado – raiva de Moro por estar recebendo os holofotes que foram dele e colegas do STF no Mensalão.
Zavascki fez uma coisa que parecia impossível até pouco tempo atrás: deixou o STF com cara de tribunal de justiça, e não de departamento jurídico da direita.
Por isso, palmas para ele.
De pé.

Crise, Urubóloga?  Líder da Fiat: Brasil é de primeira!                                                      

“É um erro considerar o Brasil um emergente [no setor de automóveis], o país já está estabilizado como um dos maiores mercados do mundo...”

                        CONVERSA AFIADA


Marchionne e Dilma, na fábrica de Goiana (PE): "problemas do Brasil não se comparam aos de EUA e Europa, entre 2008 e 2012 (Foto: UOL)"

(…)

O presidente-executivo do grupo FCA (Fiat-Chrysler Automobile), Sergio Marchionne, participou da inauguração da unidade do grupo em Goiana (PE), onde já está sendo fabricado o Jeep Renegade, e afirmou não ter qualquer preocupação com a situação do setor automotivo no país, que enfrenta um momento de queda nas vendas, sobretudo de modelos populares — segmentos como os de SUVs, modelos luxo e até de motos estão em alta, porém.

Sempre enfático, o homem-forte de Fiat, Alfa Romeo e Chrysler disse acreditar que o momento de retração – previsões pessimistas apontam chances de queda de até 15% em 2015, em relação a 2014 — é passageiro e que o Brasil precisa se ver como uma das potências do setor em todo o mundo. 

É um erro considerar o Brasil um emergente [no setor de automóveis], o país já está estabilizado como um dos maiores mercados do mundo”, disse o executivo. “O momento é de ajustes e deve durar só até o começo de 2016. Depois, a situação deve estabilizar e o potencial de crescimento é grande”, acrescentou.

(…)

Os problemas aqui não se comparam ao que ocorreu com os Estados Unidos e a Europa entre 2008 e 2012″, comparou o chefão da empresa, que briga para se posicionar entre os cinco maiores grupos automotivos globais. No Brasil, a Fiat é a maior fabricante de carros do mercado, enquanto a marca Jeep quer assumir a liderança do segmento de SUVs — liderado pela Ford — ainda este ano.

(…)

Leia também:

DILMA (aqui) ARRASA EM PERNAMBUCO. CHORA, MORO, CHORA !

Paulinho tenta mostrar força ao  STF,  que  o   julga  por falsidade e estelionato

Deputado 'raivoso', presidente do partido "Solidariedqde', que chegou a dizer que Dilma deveria estar na prisão, depois de apoiá-la em 2010,  não é seguramente uma pessoa indicada para tratar de ética e moralidade...
Helena Sthephanowitz               
LUIS MACEDO / CÂMARA DOS DEPUTADOS
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Paulo Pereira da Silva, em atuação parlamentar em parceria com Eduardo Cunha para aprovar PL da Terceirização
O presidente nacional do Solidariedade e deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que recentemente declarou também que "Vivemos uma crise moral e ética sem precedentes", está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falsificação de documento particular, falsidade ideológica e estelionato.Seu caso está na pauta(AQUI) da Primeira Turma. Se Paulinho for condenado, sua pena pode chegar a 15 anos de prisão.
O caso, que estava engavetado pela lentidão da Justiça, remonta a 2006, quando o juiz federal João Eduardo Consolim, da 1ª Vara Federal de Ourinhos (SP), aceitou os argumentos da Procuradoria da República, que denunciou Paulinho e os outros 11 réus de superfaturar em 77% a compra da Fazenda Ceres, em Piraju (região sudoeste paulista, divisa com Paraná), para a implementação de um projeto de reforma agrária. Em 2001, o governo federal investiu R$ 2,8 milhões no assentamento de 72 famílias ligadas à Força da Terra, o braço rural da Força Sindical, central presidida por Paulinho à época. Hoje ele é presidente licenciado.
Do total, R$ 2,3 milhões foram gastos na compra da fazenda de 307 alqueires. Segundo três laudos, o preço real do imóvel era de aproximadamente R$ 1,3 milhão. Segundo a denúncia, Paulinho teria embolsado a grana e ficado em silêncio.
O então presidente da Força, seu então assessor na época João Pedro de Moura e mais dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Junto com Paulinho estavam também o ex-prefeito de Piraju (SP) e ex-subprefeito do Butantã, na capital, Maurício Pinterich (PSDB).
A perícia judicial, além de alertar para o superfaturamento da fazenda, constatou que 50% dos 302 alqueires se encontram em área de preservação permanente, cuja exploração é proibida. Além disso, os 17% de toda a área que seriam cultiváveis também teriam restrição de uso, pois o terreno é ondulado e cheio de pedras.
Ex-prefeito de Piraju e ex-subprefeito do Butantã na gestão de José Serra (PSDB) em São Paulo, Maurício Pinterich perdeu os direitos políticos por cinco anos e, multa de R$ 1 milhão. Pinterich foi candidato pelo PSDB a deputado estadual em 2014, sem conseguir ser eleito.

Talvez tenha mais?

Em 2008, a operação 'Santa Tereza' da Polícia Federal investigou um esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e denunciou o envolvimento de Paulinho ( na época no PDT-SP). O nome do parlamentar foi citado frequentemente em escutas telefônicas, o que embasou decreto judicial de prisão de 11 suspeitos, entre eles João Pedro de Moura, que os federais classificaram na época de "um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco".
Paulinho foi monitorado pela Santa Tereza nos corredores da Câmara. Os policiais, porém, não avançaram em sua direção por uma questão legal – como deputado, ele desfruta de prerrogativa de foro perante o STF. Se incluísse formalmente Paulinho na investigação, a polícia tornaria nulo tudo o que a Santa Tereza apurou, inclusive as provas colhidas sobre empréstimos irregulares concedidos pelo BNDES.


Cidades   amanheceram  com mensagens contra redução da maioridade penal                        

Movimento 'Amanhecer Contra a Redução' fez cartazes e distribuiu panfletos nos principais pontos do país...
                                                        
                                                                                                                                         DIVULGAÇÃO / AMANHECER CONTRA A REDUÇÃO
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Durante a tarde de ontem, manifestação contra a redução aconteceu no Twitter, com a hastag #ReduçãoNãoÉSolução
São Paulo – Durante a madrugada de dessa quarta (29), 22 cidades do país amanheceram com mensagens contra a redução da maioridade penal. A ideia é oriunda do grupo “Amanhecer Contra a Redução”, que é organizado por estudantes do Rio de Janeiro. A ação foi marcada pela distribuição e colagem de cartazes em logradouros públicos. O ato contou com 400 praças inscritas em todo o Brasil. Também um tuitaço foi realizado nas redes sociais, com a hashtag #‎ReduçãoNãoÉSolução.
No Rio de Janeiro, no início da manhã de ontem, já era possível ver os Arcos da Lapa com faixas contra a PEC 171. Só na capital carioca, cerca de 140 praças, grande parte localizada em favelas, foram utilizadas para a intervenção com pipas e mensagens. O Largo do Machado e a Praça São Salvador também foram incluídos na manifestação.
Em entrevista para o Brasil 247, a estudante Clarisse Araújo Imbuzeiro, de 22 anos, disse que a mobilização surgiu inspirada no movimento uruguaio “No a la Baja”, que convenceu a população do país a se voltar contra redução da maioridade. “Foi chamada uma reunião na Glória com estudantes universitários, integrantes de vários movimentos sociais e estudantes secundaristas. Reunimo-nos primeiro no Rio, mas já com a proposta de fazer uma mobilização nacional. Não sabíamos como seria, não dependia só da gente, dependia das pessoas dos outros estados. E foi uma grata surpresa, a campanha se espalhou por vários lugares do Brasil.”
Em Brasília, manifestantes foram até a frente do Congresso e colocaram cartazes com pipas e símbolos infantis. Em São Paulo, cerca de 15 integrantes do Coletivo Arrua distribuíram panfletos e simbolizaram a juventude.
Um dos membros da organização, Daniel Angelin, afirmou em entrevista para a Agência Brasil, que a juventude não é um problema, e sim esperança. Para ele, a redução é inconstitucional. “Esse tipo de medida, de reduzir a maioridade, é contra a concepção de juventude que está na Constituição, uma fase de formação em que o jovem está se preparando para a vida adulta para ter um papel mais importante na sociedade. Ele deve ser protegido e não ser acusado pelo problema da violência, que é amplo, é muito mais significativo em outras idades.”
Em Fortaleza, capital cearense, coletivos que defendem os jovens também participaram da manifestação. Após a colagem de cartazes pelo município, durante a madrugada, os ativistas planejavam para esta tarde uma caminhada pelo centro da cidade para a distribuição de panfletos. Durante a entrevista para a Agência Brasil, a assessora de comunicação do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, Natasha Cruz, contou que o debate do tema no estado é preocupante, já que os parlamentares da região se colocam a favor da redução. “Os deputados estaduais dizem para a sociedade que eles são a favor da redução da maioridade penal, só que sem nenhum diálogo.”