Dilma em Porto Alegre: não se combate
crise à custa do trabalhador ou do
empreendor
Fernando Brito
Reproduzo um trecho do discurso da Presidenta Dilma Rousseff , nesta sexta (11), na inauguração do Sistema de Esgotamento Sanitário Ponta da Cadeia, em Porto Alegre, que vai elevar de 30% para 80% o percentual de esgoto tratado da cidade, lançado no Rio Guaíba.
Nele, Dilma contesta o discurso da mídia de que o Governo Federal elevou a carga tributária, lembrando as isenções fiscais que determinou sobre as folhas de pagamentos da empresa.
E afirma que, no Brasil, não se combate crise à custa do trabalhador, nem do empreendedor.
Dilma garantiu que o país tem uma baixa vulnerabilidade aos solavancos da crise externa, por conta de suas reservas e de uma dívida pública menor do que a da grande maioria dos países.
E que a inflação será mantida sob controle, mesmo reconhecendo as altas de preço de alimentos provocadas por fenômenos climáticos:
-Nós mantemos sistematicamente um olho e um controle na inflação, mesmo quando, devido à seca que ocorre no Sudeste e a chuva torrencial que ocorre no Norte do Brasil, e a seca que, graças a Deus, parece que estamos saindo dela. No Nordeste, nós tivemos impactos em alguns produtos alimentares. Mas é importante olhar, primeiro, que isso é momentâneo, e, segundo tem produtos que enquanto alguns sobem, outros caem, e que a inflação, nós iremos controlar sistematicamente.
Assista ao vídeo:
Portanto, o Brasil também tem robustez fiscal. Mas, sobretudo, nós jamais enfrentamos a crise às custas do trabalhador, ou do empreendedor. Nesse período nós reduzimos, reduzimos, sim, impostos. E é interessante que muitas vezes no Brasil, você é, como diz o povo brasileiro, muitas vezes você é criticado por ter o cachorro e, outras vezes, por não ter o mesmo cachorro. Esta é uma crítica interessante que acontece no Brasil.
Então, eu quero dizer para vocês que nós reduzimos, sim, impostos, principalmente sobre a folha de pagamentos, porque era uma forma de melhorar a produtividade do trabalho. Reduzimos sim, e era necessário. Nós fizemos políticas de sustentação do investimento sim. Fizemos políticas de expansão da infraestrutura sim. Porque um projeto financiado não é financiado a qualquer taxa, tem de ser juros mais baixos, prazos mais longos, porque senão o prefeito Fortunati ou o governador Tarso Genro não consegue pagar. Então, montar uma estrutura de financiamento adequada, para investimento em infraestrutura é condição indispensável para esse investimento em infraestrutura sair. Não é possível criticar simultaneamente por não fazer projetos para melhorar a saúde pública e criticar investimentos em saneamento, não é possível, não fecha. A equação, no Brasil, tem de fechar, e aí a responsabilidade de cada um de nós tem de aparecer.”
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