quinta-feira, 24 de abril de 2014

CPI da Petrobras: o 

direito é a política

Fernando Brito                   
grafpressal
“Eu vou contar uma coisa pra vocês de coração. Eu espero que o PT  tenha aprendido a lição do que significou a CPI do mensalão. Eu espero que tenha aprendido a lição, porque essa CPI deixou marcas profundas nas entranhas do PT. Ou seja, se o PT tivesse feito o debate político no momento que tinha que fazer o debate político, e não ficasse esperando uma solução jurídica, possivelmente a história fosse outra, né?”
Este pedacinho da entrevista que Lula nos deu, aos blogueiros, deveria estar fazendo eco na cabeça dos dirigentes do PT e do Governo, neste momento.
A decisão da Ministra Rosa Weber de restringir a CPI à Petrobras, deixando de fora os trens da CTPM e do Metrô paulista, a rigor, não surpreende.
É apenas mais um capítulo no adonamento que o Supremo vem fazendo da República, que há muito deixou de ser composta de poderes independentes.
A decisão é tão insólita quanto insólita foi a estratégia de requerer a “CPI ampla”.
A CPI da Petrobras tem de ser enfrentada politicamente, não com um discurso “técnico”, porque não são técnicos os motivos que levam a toda esta onda.
A questão de Pasadena, creio, já ficou esvaziada. Agora, a estratégia será a de colocar sob suspeita cada um dos milhares de contratos e negócios que a Petrobras, pelo seu porte, tem de fazer.
O papel, é claro, aceita tudo. O papel dos nossos jornais, então, aceita mais ainda.
Na base das explicações técnicas ou de longas e enfadonhas notas técnicas nos jornais – embora contendo muitas informações úteis a quem quer analisar as denúncias  com mais profundidade –  a Petrobras só vai entupir a mídia de dinheiro sem qualquer efeito sobre a opinião pública.
A chave da comunicação é mostrar o problema como realmente sabemos que o problema é: o controle nacional sobre as imensas jazidas do pré-sal.
O ataque à Petrobras é apenas um meio, porque o que está se atacando, de fato, é este controle.
O comercial, finalmente, lançado pela empresa, avança neste caminho.
Mas ainda é pouco.
A mensagem deve ser mais clara, direta.
Petróleo brasileiro para os brasileiros.


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