quinta-feira, 3 de abril de 2014

Agência de Águas, finalmente, toma     posição por racionamento de água em São Paulo                                                           

 Fernando Brito | 3/abr/2014  |  22:29                     anacantareira
O presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, finalmente, disse hoje na Câmara dos Deputados que o abastecimento de água em São Paulo vai ter de sofrer cortes – que ele chamou de “medidas restritivas” para fugir da palavra racionamento.
E apontou o eleitoralismo todo da “guerrinha” Rio x São Paulo estimulada por Alckmin e aceita de bom grado por Sérgio Cabral.
-”A discussão entre São Paulo e Rio de Janeiro me pareceu no começo que tinha mais a ver com voto do que com água. O cidadão de São Paulo não vota no Rio, e o do Rio não vota em São Paulo. Isso é fato. Mas a água do Rio de Janeiro e de São Paulo está interligada.” Por isso, segundo ele, há um grande esforço na ANA para pôr à mesa os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas para que se busque uma solução e não o confronto na disputa pelas reservas hídricas, falou o presidente da ANA.
Faz tempo que isso tinha de ser dito, porque a população está sendo iludida com historinhas diversionistas, como a da água do Rio Paraíba do Sul, o que, além de não resolver o quadro de agora, também não é garantia para o futuro.
E por uma razão simples: os tributários do Cantareira e os formadores do Paraíba do Sul são geograficamente muito próximos, o que faz com que, em geral, a seca em um seja seca no outro, como hoje mesmo mostra outra matéria (AQUI)  no Estadão.
A semana chuvosa – nos primeiros três dias de abril choveu no Cantareira quase um quarto do previsto para o mês inteiro – reduziu, mas não estancou a queda do nível do sistema.
Mas a queda continua: o maior reservatório, o Jaguari-Jacareí, passou a perder 500 milhões de litros por dia, em lugar de um bilhão e meio diários, como estava acontecendo. Mas nesta quinta- feira baixou de 6% de seu volume: 5,96%.
O sistema como um todo também baixou mais: 12,94%,  no cálculo equivalente total, exceto o povo de bombeamento de Paiva Castro.
Deste vez, o responsável para ANA foi bem claro, embora eu não creio que os jornais o tenham entendido.
- “É preciso tomar medidas preventivas. E, depois, rezar para que chova. Não haverá nenhuma solução técnica de engenharia de curto prazo”.
Exatamente o contrário do que o Governador Alckmin está fazendo, ao colocar as preçes ao “São Votinho” antes do seu dever de governante, e falando em um obra que sabe que não vai responder nem a curto, nem a médio, nem a longo prazo para uma solução equilibrada para o abastecimento de São Paulo.
Porque a situação, hoje, é a de apenas rezar para que a chuva continue, pois uma estiagem de meros 15 dias pode ser o suficiente para fazer com que o esgotamento do sistema venha antes de estarem prontas para funcionas as bombas que vão lhe dar três meses de sobrevida, retirando a água do fundo dos reservatórios.

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