sábado, 13 de junho de 2015


Por que a mídia não se chocou



quando a Camargo Correia



doou a FHC?



Camargo Corrêa também doou a Instituto FHC. Construtora foi uma das empresas brasileiras e estrangeiras que doaram R$ 7 milhões ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para a criação do instituto que leva seu nome. Mídia tradicional não se escandalizou...




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A construtora Camargo Corrêa foi uma das 12 empresas brasileiras e estrangeiras que doaram R$ 7 milhões ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para a criação do instituto que leva seu nome. Esse dinheiro foi arrecadado pessoalmente por FHC num jantar no Palácio da Alvorada – pago com dinheiro público – em novembro de 2002, quando ele ainda exercia o cargo de presidente da República.
Além de receber dinheiro de bancos, empreiteiras e de outras empresas, o Instituto FHC recebeu, em 2006, R$ 500 mil da Sabesp, uma empresa pública controlada pelo governo do PSDB de São Paulo (confira aqui).
A fundação do tucano também utiliza a Lei Rouanet para captar doações a seus projetos, com abatimento no imposto de renda, e conseguiu aprovar um limite de R$ 10 milhões em 2006. Ou seja: o Tesouro brasileiro também banca o Instituto FHC.       
Atualmente, o principal “parceiro” do instituto tucano é a Fundação Brava – criada pelo empresário Beto Sicupira, com sede em Delaware, um paraíso fiscal nos EUA. Outro patrocinador frequente das palestras de FHC é o Banco Itaú. A Telefónica de Espanha, que abocanhou o filé da privatização do sistema Telebrás, patrocina o Museu das Telecomunicações do Instituto.
O jantar em que FHC passou o chapéu entre empresários amigos foi descrito em detalhes pela revista Época. Além de Luiz Nascimento, da Camargo Corrêa, participaram Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), David Feffer (Suzano), Emílio Odebrecht (Odebrecht) e Pedro Piva (Klabin), entre outros empresários(confira a cópia em cache, pois o link original para a matéria foi retirado do ar).

Sem se escandalizar com o jantar de arrecadação ocorrido em pleno Palácio da Alvorada,a revista Época(das organizações Globo)  retratou o evento como uma “noite de gala”. Leia, abaixo, um trecho da reportagem de Gerson Camarotti:

Noite de gala

Foi uma noite de gala.   Na  segunda-feira,   o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu  12 dos maiores empresários do país   para  um jantar no Palácio da Alvorada, regado   a   vinho francês  Château Pavie,   de  Saint Émilion (US$ 150 a garrafa,  nos restaurantes de Brasília).     Durante   as  quase  três horas   em que   saborearam   o cardápio   preparado pela   chef Roberta Sudbrack  –  ravióli de aspargos, seguido de foie gras,    perdiz   acompanhada   de penne   e  alcachofra   e   rabanada  de  frutas vermelhas -, FHC aproveitou para passar o chapéu. Após uma rápida discussão  sobre valores,     os  12 comensais   do  presidente  se comprometeram a  fazer uma doação conjunta de   R$ 7 milhões à ONG que Fernando Henrique Cardoso passará a  presidir assim que deixar   o Planalto em janeiro   e  levará   seu  nome:    Instituto  Fernando Henrique Cardoso (IFHC).                                                                                               
O dinheiro fará parte de um fundo que financiará palestras, cursos, viagens ao Exterior do futuro ex-presidente e servirá também para trazer ao Brasil convidados estrangeiros ilustres. O instituto seguirá o modelo da ONG criada pelo ex-presidente americano Bill Clinton. Os empresários foram selecionados pelo velho e leal amigo, Jovelino Mineiro, sócio dos filhos do presidente na fazenda de Buritis, em Minas Gerais, e boa parte deles termina a era FHC melhor do que começou.

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