Quarta-feira, 1º de julho de 2015
16
anos em crimes hediondos
Faltaram cinco votos para aprovar a
proposta; foram 303 votos favoráveis, 184 contra e três abstenções...
POR ISABEL BRAGA, RENATA MARIZ, PATRÍCIA CAGNI, ANDRÉ
DE SOUZA E WASHINGTON LUIZ
Estudantes em vigília no Anexo II da Câmara (Foto:
Ailton de Freitas/Ag. O Globo)
BRASÍLIA - Após um dia tenso, com tumulto, cones arremessados contra a
polícia e até mesmo gás de pimenta para conter manifestantes, o plenário da
Câmara dos Deputados rejeitou nos primeiros minutos da madrugada desta quarta-feira a proposta de
emenda constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. O
resultado foi apertado. Faltaram apenas cinco votos para aprovar a proposta.
Foram 303 votos favoráveis, 184 contra e três abstenções. Como é uma proposta
que muda a Constituição, ela precisava do apoio de três quintos dos deputados,
ou seja, 308 dos 513. Embora negue, o resultado foi uma derrota para o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deu apoio para que a
proposta, apresentada em 1993, pudesse finalmente ser aprovada.
Apesar da derrota, Cunha ainda tem uma carta na manga. Ele chegou a
dizer, durante a sessão, que, caso a proposta relatada pelo deputado Laerte
Bessa (PR-DF) fosse derrotada, ele poderia colocar em votação o texto original
da PEC, apresentada em 1993 pelo ex-deputado Benedito Domingos. Mas a proposta
original deve enfrentar mais resistências, uma vez que ela prevê a redução da
maioridade para todos os crimes. Parte dos deputados que aceitam votar o
relatório de Bessa - que estipula a diminuição da maioridade paras os crimes
hediondos e outros considerados mais graves - não quer a redução para todos os
casos.
(...)
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