Inacreditável a cara de pau de Eduardo Cunha.
Ciente de que é impossível eleger-se Presidente da República com os métodos que o levaram ao cargo de presidente da Câmara, encontrou a solução para assumir todo (uma parte ele já tem) o poder.
O parlamentarismo, que ele descaradamente “propõe” em sua entrevista na Folha de S. Paulo, a mesma Folha onde Monica Bergamo informa que ele tem sido poupado nas revelações da Lava-Jato deliberadamente pelos delatores.
“O tema tem ganhado força. Tenho conversado com quase todos os agentes políticos, PSDB, DEM, PPS, PMDB, PP, PR, com todos os partidos. Com José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Tasso Jereissati (PSDB-CE). Com certeza, vamos tentar votar (a adoção do parlamentarismo)na minha presidência.”
Note que sequer fala em que haja, como em 1993, uma consulta popular para verificar a concordância do eleitor que continua votando para um Presidente da República-Rainha da Inglaterra”, sem poder algum, na prática.
Ele assume que é preciso um “esquema” para ludibriar o eleitor:
“Porque você não consegue convencer a população de que ela vai perder o direito de votar no presidente da República. Então, se a gente construir uma figura em que ela continua votando no presidente, você pode ter um parlamentarismo.”
Ou seja, o povo vota num presidente que não apita e o país – e máquina pública é dirigida pelos “índios do Parlamento” que querem muitos e sonantes apitos.
E, claro, numa eleição pelo Congresso, a tendência seria o próprio Cunha tornar-se Primeiro-Ministro.
A única concessão, hipócrita, é a de dizer que o regime seria adotado só ao final do mandato de Dilma.
A leitura, obvia, é a de que morrem de medo da eleição de Lula, outra vez.
Faz tempo que as ambições políticas de Cunha não são mais uns trocados, um carguinho aqui outro ali para seus “fiéis”.
Cunha, sentindo que sempre existe algo de podre no Reino da Dinamarca, resolveu ser rei...
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