OBRA DO SÃO FRANCISCO:
CHORA, KAMEL, CHORA…
Maior obra hídrica do Brasil cria 8 mil empregos e tem conclusão prevista para 2015
Alisson Matos Conversa Afiada
Lamentavelmente, o Fantástico e o Estadão não conseguiram secar o rio nem detonar as obras da Transposição. A Presidenta Dilma Rousseff deveria convidar do Gilberto Freire com “i” (*) para a inauguração e, num descuido, lançá-lo às aguas do generoso rio.
O Projeto de Transposição do Rio São Francisco, concebido ainda em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, após uma das mais longas estiagens registradas, chega ao início de 2014 com 52,2% das obras concluídas.
O empreendimento, que na década de 1990 foi transferido para o Ministério da Integração Nacional, conta com um investimento em torno de R$ 8 bilhões e, hoje, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
Com a conclusão prevista para 2015, a transposição levará água do Velho Chico, como é popularmente conhecido o rio, a 390 cidades do semiárido nordestino nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte ou, se preferir, a 12 milhões de pessoas que, no ano passado, sofreram com a pior seca dos últimos 50 anos.
Para o Ministério responsável por conduzir a obra, os benefícios vão além da disponibilização de água, pois mais de 8 mil empregos diretos e indiretos foram criados nos canteiros de obras. Segundo o Ministro Francisco Teixeira, em visita às obras em janeiro, “8.700 trabalhadores e cerca de 2.500 máquinas em campo”.
Dados oficiais mostram que Nordeste possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água, o que provoca irregularidade na distribuição de recursos hídricos.
“O Projeto vai reforçar o suprimento hídrico dos estados, com a garantia de água nos sistemas já existentes. Com isto, a água do São Francisco será utilizada para o abastecimento humano e o que sobrar dos mananciais existentes poderá ser utilizado para atividades econômicas. Acabando, assim, com o atual conflito do uso da água”, diz Teixeira.
O Programa de Integração do Rio São Francisco apresenta dois eixos: o Norte, com 260 quilômetros de extensão, levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Já o Leste, com 217 quilômetros, beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba. Atualmente todos os trechos estão em atividade e alguns funcionam 24 horas por dia.
O Projeto de Transposição do Rio São Francisco, concebido ainda em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, após uma das mais longas estiagens registradas, chega ao início de 2014 com 52,2% das obras concluídas.
O empreendimento, que na década de 1990 foi transferido para o Ministério da Integração Nacional, conta com um investimento em torno de R$ 8 bilhões e, hoje, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
Com a conclusão prevista para 2015, a transposição levará água do Velho Chico, como é popularmente conhecido o rio, a 390 cidades do semiárido nordestino nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte ou, se preferir, a 12 milhões de pessoas que, no ano passado, sofreram com a pior seca dos últimos 50 anos.
Para o Ministério responsável por conduzir a obra, os benefícios vão além da disponibilização de água, pois mais de 8 mil empregos diretos e indiretos foram criados nos canteiros de obras. Segundo o Ministro Francisco Teixeira, em visita às obras em janeiro, “8.700 trabalhadores e cerca de 2.500 máquinas em campo”.
Dados oficiais mostram que Nordeste possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água, o que provoca irregularidade na distribuição de recursos hídricos.
“O Projeto vai reforçar o suprimento hídrico dos estados, com a garantia de água nos sistemas já existentes. Com isto, a água do São Francisco será utilizada para o abastecimento humano e o que sobrar dos mananciais existentes poderá ser utilizado para atividades econômicas. Acabando, assim, com o atual conflito do uso da água”, diz Teixeira.
O Programa de Integração do Rio São Francisco apresenta dois eixos: o Norte, com 260 quilômetros de extensão, levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Já o Leste, com 217 quilômetros, beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba. Atualmente todos os trechos estão em atividade e alguns funcionam 24 horas por dia.
As complexidades da maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil e uma das 50 maiores do mundo são diversas. Vão desde ações do Tribunal de Contas da União até as dificuldades em construir, ao todo, nove estações de bombeamento, 13 aquedutos e quatro túneis, além da recuperação de 21 açudes e a construção de outros 27 reservatórios, que funcionarão como pulmões de água para os sistemas de abastecimento do Agreste.
Tanto que, a partir de 2011, o acompanhamento da obras passou a ser realizado por seis etapas úteis – as Metas de Conclusão, que consistem em um novo modelo de licitação, contratação e acompanhamento dos de obras (Metas 1N, 2N, 3N, 1L, 2L e 3L):
Eixo Leste (Trecho V)
META 1L - Meta Piloto (16 km): Compreende a captação no reservatório de Itaparica até o reservatório Areias, ambos em Floresta (PE). É uma meta piloto para testes do sistema de operação. A Meta 1L apresenta 86,3% de conclusão.
META 2L (167 km): Inicia na saída do reservatório Areias, em Floresta (PE), e segue até o reservatório Barro Branco, em Custódia (PE). A Meta 2L apresenta 58% de execução.
META 3L (34 km): Este trecho está situado entre o reservatório Barro Branco, em Custódia (PE), e o reservatório Poções, em Monteiro (PB). A Meta 3L apresenta 15,9% de execução.
Eixo Norte (Trecho I e II)
META 1N (140 km): Vai da captação do rio São Francisco, no município de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE). A Meta 1N apresenta 57,2% de execução.
META 2N (39 km): Começa no reservatório Jati, no município de Jati (CE), e termina no reservatório Boi II, no município de Brejo Santo (CE). A Meta 2N apresenta 24,6% de execução.
META 3N (81 km): Estende-se do reservatório Boi II, no município de Brejo Santo (CE), até o reservatório Engenheiro Ávidos, no município de Cajazeiras (PB). A Meta 3N apresenta 47,2% de execução.
(Clique aqui para ler, nas palavras do ansioso blogueiro, que não se trata, portanto, de um puxadinho na sede da Globo em São Paulo, aquele terreno que o Cerra transferiu aos filhos do Roberto Marinho
E aqui para “Transposição: Globo não verte uma gota de verdade”.)
Uma das várias polêmicas que o projeto enfrentou foi que o empreendimento põe em risco a própria existência do rio.
O projeto, porém, não altera o curso do São Francisco, que liga o Sudeste e o Centro-Oeste com o Nordeste e percorre cinco estados: Alagoas, Bahia, Minas Gerais Pernambuco e Sergipe nos seus 2,7 mil quilômetros de extensão.
Informações, que constam no site que esclarece cada ponto do projeto (http://integracaosaofrancisco.gov.br/), rebatem o risco com a seguinte afirmação: “para cada litro de água será retirado o equivalente a duas colheres de sopa, ou seja, apenas 1,4% da água (vazão média) que corre em direção ao mar” . Cerca de R$ 1 bilhão do investimento feito será para programas básicos ambientais, em cumprimento às exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
Por parte dos ambientalistas – clique aqui para ler sobre a usina de Teles Pires e os Verdes – há a preocupação com a modificação nos ecossistemas dos rios da região, o que pode impactar na redução de espécies nativas.
O Ministério assegura que existe o programa Cemafauna-Caatinga (Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga). Suas ações se concentram, desde 2008, nos estudos de inventário, resgate e monitoramento da fauna silvestre nas áreas de influência direta e indireta do projeto. Segundo dados oficiais, o Cemafauna resgatou, até 2013, mais de 13 mil animais nas áreas da obra. Desses, 80,6% já foram devolvidos para a natureza.
Outros dos 38 programas socioambientais são o de capacitação de agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias e lideranças comunitárias em 17 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba, as pesquisas arqueológicas e paleontológicas e os Centros de Referência para ampliar o conhecimento da população sobre o projeto.
Quanto à população ribeirinha, o Ministério informou ao Conversa Afiada que 325 comunidades que residem a uma distância de cinco quilômetros de cada margem dos canais dos Eixos Norte e Leste serão atendidas. Dos 21 municípios beneficiados nesta iniciativa, 11 estão em Pernambuco, cinco no Ceará e os outros cinco na Paraíba.
“Agora é aumentar o ritmo de trabalho para acelerar cada vez mais o cronograma”, disse o Ministro, no dia da visita, sobre a urgência na conclusão da obra e a esperança de 12 milhões de nordestinos em ter água em casa.
Urgência e esperança que se encontram nas palavras da agente Comunitária de Saúde, Maria Socorro Macedo, em depoimento ao site do projeto. “Espero que nossa região seja beneficiada para que nossos jovens não precisem sair daqui para São Paulo, Recife, Fortaleza. Que aqui eles consigam tirar da terra, que é de onde eles nasceram, o seu sustento com as suas famílias. Porque estão aí os projetos para pequenos e médios agricultores. Agora tendo terra e não tendo água como é que se trabalha ?”
O vídeo com depoimento da agente de saúde você assiste ao clicar aqui.
Alisson Matos, editor do Conversa Afiada.
(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
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