O besteirol do superavit
Fernando Brito
Os jornais passaram esta sexta-feira, 28, alardeando o “fracasso” do Governo por conta da queda do superavit primário em janeiro, metade do registrado em janeiro passado.
É uma tolice tão grande quanto considerar uma partida de futebol ganha ou perdida com sete ou oito minutos de jogo.
Superávit é um conceito orçamentário, mas sua realização é um conceito de caixa, contábil.
Flutua de acordo com antecipações e retardos de recebimentos e pagamentos.
Os pouco mais de R$ 2 bilhões que foram superávit no balanço da União em dezembro e que se referiam a transferências aos estados da arrecadação do Refis, por exemplo, este mês, ao serem pagos, em despesa.
Mas, do outro lado, nas contas dos Estados e Municípios, este mês eles foram receita e ajudaram a fazer o superávit recorde que janeiro registrou nas contas destes entes.
Tanto é assim que o mercado financeiro não acompanhou a histeria dos jornais. A pequena alta do dólar e a queda da Bolsa foram mais ajustes em relação à forte alta de ontem que qualquer sinal de “pânico nos mercados” que certamente adviria se, de fato, o superavit primário do Brasil caísse à metade do registrado no ano passado, para o qual já torciam o nariz.
O mais importante vai registrado no gráfico que ilustra o post: o superávit de janeiro chega quase à metade do previsto para os quatro primeiros meses de 2014.
Aí, sim, com quatro ou até mesmo três meses, compensando-se as despesas eventuais no tempo, é que se pode julgar se as metas serão atingidas.
O resto é besteirol.
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