domingo, 16 de fevereiro de 2014

Ombudsman da Folha/SP também descobre que Globo é Globo               

Miguel do Rosário                               
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Suzana Singer, ombudsman da Folha, fez hoje um trabalho (AQUI) duplo. Criticou a Folha e o Globo, mas especialmente o Globo, por tentar explorar a morte de Santiago para – citando Lulu Santos – “posar de vítima das circunstâncias”.
Só que o pior não foi isso, Suzana. A Globo fez ainda pior. Além de se posar de vítima, tentou jogar a culpa da morte dos cinegrafistas nos… blogs. Em editorial no dia 12, o Globo escreveu o seguinte:
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Não pode, também, deixar de responsabilizar a campanha, sistemática, via internet, contra os veículos da imprensa profissional, chamados pejorativamente de “mídia corporativa”, quando é a publicidade privada que garante a independência de fato deles, ao contrário desites, blogs e publicações bancados por verba pública.
Criou-se um ambiente tal de hostilidade que repórteres viraram alvo de marginais travestidos de manifestantes, até chegarmos ao assassinato de Santiago. É óbvio que a punição tem de ser exemplar, para sinalizar os limites que têm de existir num país democrático em qualquer manifestação popular.
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É muita cara de pau. A gente se esgoelando nos blogs para conter a violência, enquanto a Globo só tratava de estimular o quebra-quebra, e agora a empresa tenta nos empurrar a morte de Santiago.
A hostilidade dos coxinhas contra os veículos de mídia, além disso, também não tem nada a ver com os blogs. É algo espontâneo neles. É o mesmo instinto violento que tinham contra políticos e instituições.
No caso de Santiago, o black bloc, ao que tudo indica, queria jogar o rojão na direção da polícia, não do jornalista.
A revista Época, que também pertence à Globo, usou a mesma(AQUI) tática suja, conforme comentamos dias atrás: usar o fato dos blogs serem críticos da mídia como mote para nos culpabilizar pela morte de Santiago.
É muita baixaria.
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Trechos do texto de Singer, onde critica o Globo:
É significativo também que Santiago estivesse ali a trabalho, exercendo o papel de informar o público. O exagero está em considerar a sua morte um atentado à liberdade de imprensa, como fizeram editoriais da Folha e do “Globo”.
Não foi um ataque direcionado a Santiago. O rojão poderia ter atingido um policial, um transeunte, um manifestante. É diferente, por exemplo, de Tim Lopes, jornalista da Rede Globo que, em 2002, quando apurava uma reportagem sobre abuso sexual de menores e tráfico de drogas, foi executado por bandidos.
(…)
Da mesma forma, não se deveria dar destaque a acusações vazias. O nome do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) foi parar no noticiário sobre a morte de Santiago com base no disse que disse.
(…)
Não somos justiceiros.
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Singer só errou numa coisa. Folha e Globo são, sim, “justiceiros”, vide a truculência e parcialidade com que sempre cobriram o julgamento da Ação Penal 470, o famigerado mensalão, e com que sapatearam, covardemente, sobre a prisão dos réus petistas.
O Globo, inclusive, dedicou uma série de charges de humor negro contra José Genoíno, escarnecendo de sua doença.
Além do mais, não esqueçamos a idolatria dos platinados a Joaquim Barbosa, presidente do STF, que é elogiado exatamente por seus fãs (como fez aquele sujeito de Miami) como… Justiceiro.

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