quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O modelo de inclusão no consumo

está esgotado?

Fernando Brito                                 

consumo
Toda hora você vê um economista um político da direita – ou na “nova política”, que anda de mãos dadas com ela – dizendo que o modelo de economia apoiado num forte consumo interno, pela inclusão crescente dos pobres em ascensão econômica está virtualmente “esgotado”.
Aliás, no mundo em crise, chega a ser estranho que nossa imprensa viva chorando ao dizer que o crescimento do comércio foi “só” de 4,3% e outras coisas assemelhadas.
Ontem, o Serasa Experian (não consta que seja uma empresa destinada a promover o populismo comunista) e o Datapopular divulgaram e evolução do que, com muito boa vontade, é chamado de classe média no Brasil, num critério que, vá lá, define quem apenas saiu da pobreza.
Os resultados, que você vê no gráfico abaixo, não admitem discussão: em 2003, no início do Governo Lula, os pobres eram 49% da população. No ano passado, caíram para menos da metade: 34% do total. E, em 10 anos, a percentagem estará reduzida para apenas 9%.
RENDA
Esse mar de gente consome produtos, serviços e bens imateriais – arte, cultura, informação – aos bilhões e bilhões de reais.
Você vê no gráfico lá de cima o que esta gente irá demandar em matéria de consumo.
E não está na conta o que será comprado pelos grupos de maior renda, que também estão crescendo, o pouquinho que os mais pobres conseguem consumir e as exportações que um produção nesta escala permite ser competitiva.
Quem é que pode dizer que um mercado assim está esgotado?

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