Barbosa deu o sinal. E o coxismo golpista se solta no SBT, sob o silêncio do Ministério Público
Fernando Brito
Um cidadão chamado Paulo Martins, que tem todo o direito pessoal de ser adepto da ultradireita, está usando desavergonhadamente um canal de TV, concedido pela União, para fazer propaganda golpista e para desmoralizar o Judiciário.
E o mote de suas falas vergonhosas é, como já se esperava (e ficará pior, com os desdobramentos políticos que, escrevam, virão logo), o senhor Joaquim Barbosa.
Diz que o PT “aparelhou” o Supremo Tribunal Federal.
Fala que Joaquim Barbosa está certo “quando diz que eles (o STF dominado pelo petismo) não vão parar” .
- A Corte, cada vez mais dominada pelo PT, tende a interpretar a lei de acordo com os interesses dos “bolcheviques do ABC”
Segue dizendo que “só o despertar das consciências” poderá “parar o PT”.
“As leis e os tribunais não poderão mais. É o presidente da Suprema Corte quem diz”.
Independente do papel de provocador assumido pelo presidente do STF, açulando os radicais desta maneira, o que este cidadão faz, é clara, aberta e completa propaganda (anti) partidária, o que é vedado por lei, exceto nos horários políticos.
Escreva num jornal, imprima panfletos, distribua-os na rua, faça um blog.
Mas não numa concessão pública, um bem estatal que não pode servir à propaganda político-partidária descarada, com sinal trocado.
Nem à propaganda contra as instituições judiciais, com os Ministros do Supremo sendo chamados de agentes do “bolchevismo petista”.
Não é a tal ou qual atitude ou voto deste ou daquele Ministro. É à instituição.
E monólogo, em solilóquio, porque não se apresentam outras visões ou se faz um debate, o que ainda seria compreensível.
É propaganda pura e simples.
Eu, que não sou e nunca fui petista, sinto-me ofendido em meus sentimentos democráticos e realmente não compreendo como o PT do Paraná, tão poderoso, com o ministro das Comunicações e uma senadora, não representou judicialmente contra este sujeito.
Mas isso é problema privado do PT, que pode ser medroso o quanto quiser.
O que está em jogo, porém, é a legalidade e a ordem pública.
Ministério Público Eleitoral tem a obrigação de agir, já que o Ministério das Comunicações, fiador da concessão pública onde isso é inadmissível, se queda inerte.
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