Weden Alves, no
Facebook
A condenação pública do uso da violência por alguns manifestantes não significa a condenação de manifestações. Evidentemente que, hoje, há dois grupos bem demarcados. Aqueles que fizeram a merda de defender a violência e hoje tentam (1) ou minimizar o ocorrido (relacionando outras mortes ocorridas) ou (2) se defendem dizendo que o que todos os críticos querem em última instância é proibir qualquer protesto.
Do outro lado, realmente há quem esteja doido para que não haja qualquer movimentação. No primeiro lado, há cinismo e sofisma. E, no outro, uma postura que, embora não violenta, é também antidemocrática. Da minha parte, mantenho a convicção de que qualquer um tem o direito de se manifestar. Esquerdistas, movimentos sociais, direitistas, centristas, defensores de causas nobres, reaças de todos os quilates, grupos de sem-noção, tudo isso faz parte da democracia.
Lamento um pouco pelo reducionismo e simplificação demasiada do movimento que começou em junho. Parte da pauta (ou da não pauta) é conservadora, acrítica, absolutamente pautada pela imprensa. Mas tem gente bem intencionada, alguns poucos movimentos sociais, e gente que sonha com um país melhor. Gente que não está lá para quebrar bancas de jornais, abrigos de ônibus (que afinal fazem muita falta para o trabalhador), agredir jornalistas (que são trabalhadores), e nem espancar quem quer que seja.
Talvez tenhamos perdido a chance de desenvolver pautas bem mais interessantes. Mas fazer o quê? Perder chances também faz parte da vida.
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