Cubano diz à Folha que o Brasil foi só uma “escala para o EUA”
Fernando Brito
A reportagem de Isabel Fleck na Folha de hoje, onde o médico cubano Jose Armando Corzo informa que já veio para o Brasil, trabalhar no “Mais Médicos” como “escala” para seu plano de emigrar para os Estados Unidos põe luz na história da “fuga em massa” dos médicos de Cuba ( cinco, de cinco mil!) do programa.
“Quando fui para o Brasil, já sabia da existência do visto e que ali eu poderia entrar com o meu pedido”.
O visto em questão é o do programa Cuban Medical Parole Program, criado em 2006 por George W. Bush para aliciar médicos cubanos que trabalhassem por contrato ou em missões humanitárias no exterior.
Não vale para mexicanos, para guatemaltecos, para dominicanos, para surinameses. Nem para brasileiros.
Eles recebem um visto de permanência e, depois de um certo tempo, a cidadania americana.
Mas não poderão trabalhar como médicos, sem que passem antes por um processo de revalidação do diploma, segundo eles próprios mais difícil que o brasileiro.
O processo descrito à Folha, que envolveu o deslocamento (ou, mais provavelmente, os deslocamentos) de um médico que oficialmente não tinha recursos em dinheiro para fazê-lo do interior do Maranhão para o consulado americano em Recife, para solicitar e, depois de seis semanas, receber um “visa” para os EUA ( não creio que este pipo seja enviado pelo Correio) e, após, para um aeroporto com vôo para Miami, onde ele se encontra agora, revela que houve financiamento para sua fuga.
Não é difícil imaginar de onde partem estes recursos.
Outras Ramonas, Ortélios e Corzos farão o mesmo.
Cuidar de seus interesses pessoais.
Boa viagem.
Só, por favor, não os façam de heróis da liberdade, porque neste caso seria melhor ir entrevistar o pessoal da fila de brasileiros para obter um simples visto de turista nos EUA.
Ou o Dr. Jose Angel Isaac, o outro médico cubano que continua atendendo o povo miserável de Timbiras, no Maranhão
Isso é Guerra Fria, nada mais.
Lá fora, dos EUA contra Cuba.
Aqui, dos que são contra um programa, com cubanos, espanhóis, argentinos ou até marcianos são contra um programa que leva médicos a brasileiros pobres, miseráveis, desassistidos, onde, mesmo que pagando R$ 10 mil reais por mês, pouquíssimos médicos brasileiros querem ir.
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