quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Com discurso antigo, oposição só confirmará 'novidade' Dilma         

Em eleições, o mais comum é a oposição ao poder vigente encarnar a renovação. Mas o que se vislumbra é o mesmo ranço de quem vê o Brasil com olhos no passado
Helena Sthephanowitz                       
© GEORGE GIANNI-PSDB
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Aécio Neves insiste em criticar governo, mas sem propostas claras para o eleitorado
O discurso do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), pré-candidato do maior partido de oposição à Presidência da República, remete ao passado do governo de seu correligionário Fernando Henrique Cardoso e evidencia que os tucanos não sabem lidar com a principal 'novidade' ocorrida no Brasil nos últimos 11 anos: a silenciosa ascensão social dos mais pobres para a classe média.
O outro candidato oposicionista, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas, Eduardo Campos (PSB), foi beber nas mesmas fontes – a das críticas conservadoras de analistas do mercado financeiro e colunistas ranzinzas da mídia tradicional – para construir seu discurso de oposição. Acabou igualando-se a Aécio.
Empresários arcaicos – e os políticos que os representam – não enxergam, por exemplo, a 'novidade' do baixo desemprego e dos aumentos reais nos salários dos trabalhadores. Em sua visão tacanha é mais cômodo ter um grande estoque de mão de obra desempregada e desqualificada que se sujeite a salários mais baixos, do que o país alcançar o pleno emprego. Ao olharem só para o microcosmo de suas empresas, desconsideram que o mercado de trabalho aquecido tem reflexos em toda a economia, aumentando a atividade de todas as empresas e criando oportunidades para o surgimentos de outros empreendimentos.
Outra 'novidade', que tem a ver com o aumento da renda familiar, é o fato de os jovens estudarem por mais tempo antes de entrar no mercado de trabalho. Economistas arcaicos reclamam sem refletir que, passado o tempo de formação dessa parcela, agora ampliada, da juventude, eles terão condições de iniciar suas carreiras com muito mais qualificação, valorizando ainda mais suas contribuições para aqueles que os empregarem.
Há muitas outras 'novidades' por aí e que estarão na pauta dos debates e campanhas eleitorais deste ano. Mas pelo que vimos até agora, setores do empresariado, da velha mídia e da classe política tendem a permanecer cegos a elas, já que insistem em só criticar, em vez de entender o novo contexto brasileiro em que estão inseridos.
Dessa forma, Dilma terá uma oposição sob medida para conquistar um segundo mandato e ampliar as 'novidades.'

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