terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Uma mídia tucana

                                                                                                  Início
(Do AMgóes - Abaixo, objetiva análise sobre como o Partido dos Trabalhadores adora ser 'mulher de malandro', ao optar pela convivência pacífica' com o PiG-Partido da Imprensa Golpista. Na Argentina, o governo foi à luta e cortou pela cepa as asas da Globo e outros 'piguentos' de lá, desmontando o cartel midiático do vizinho país.)                                                                                        
Tanto importante quanto aprofundar as políticas públicas que promovam a diminuição da desigualdade social, é promover reforma políticas que, dentre elas, promovam a democratização da comunicação em nosso país.
De quantos mandatos o PT precisará para se convencer de que o país necessita de uma nova lei dos meios de comunicação? Será que acreditam que é possível fazer qualquer reforma para fortalecer a democracia sem atacar os oligopólios da comunicação? 
Por que, ao término do terceiro mandato, os governos petistas teimam em achar acertada a estratégia de se mostrarem dóceis e servis aos barões da mídia? 
Apanham da mídia até quando cumprem a exigência mais corriqueira do cargo que ocupam. O ataque, por exemplo,  que tem sofrido o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O crime que ele cometeu: recebeu documentos que indicam desvio de dinheiro público e solicitou à Policia Federal (PF) investigar a veracidade dos fatos. Detalhe: dessa vez estão nominados importantes dirigentes políticos tucanos como os cabeças desses crimes(propinas de milhões na construção do Metrô de São Paulo). 
O senador tucano Aécio Neves, possível candidato à presidência da República em 2014, não hesitou em vociferar: “O ministro precisa esclarecer qual foi sua participação nesse processo. Isso é extremamente grave. Estamos assistindo no Brasil o(sic) uso das instituições do Estado para fins políticos”. 
Cabe uma pergunta: se ele fosse presidente da República e recebesse as mesmas denúncias, o que ele faria com elas? São denúncias documentadas, mas que exigem maiores investigações, uma atribuição legal da PF. Em que país democrático do mundo não se adotaria providência que não fosse esta? 
Somente nos governos tucanos, estaduais e federal, o destino das denúncias seria o fundo de uma gaveta. Foi essa prática de governo que deu origem a figuras bizarras como a do Engavetador Geral da República ou daquele procurador que bloqueou, durante anos, as investigações de corrupção pública no sistema de transporte paulista, simplesmente porque arquivou todos os pedidos de ajuda feitos pela Justiça suíça numa “pasta errada”. 
De nada adiantaram os comunicados do Mistério da Justiça ao Procurador, solicitando providências. As investigações não puderam avançar, por longos anos, porque estavam arquivados numa pasta errada! Essa prática de governo faz parte do mundo tucano – o fundo de uma gaveta – quando as denúncias envolvem seus quadros políticos. Mas esse mundo tucano só existe porque sempre contou com a conivência da mídia. 
A roubalheira documentada no livro A privataria tucana foi praticamente ignorada pelos noticiários do país. O mesmo aconteceu ao outro sucesso editorial, o Príncipe da privataria. Ambos ignorados pela mídia. É como se as roubalheiras e os crimes eleitorais não tivessem existido e as autoridades estivessem desobrigadas de adotar quaisquer providências. 
No caso da roubalheira do metrô e trens de São Paulo, os mesmo conluio – mídia e tucanos – agem com a mesma desenvoltura, certos das impunidades dos seus crimes. Há fartas denúncias, documentadas, de contratos superfaturados e pagamentos de polpudas propinas que enriqueceram políticos e funcionários públicos do Estado. 
Estima-se que nos três últimos governos tucanos – de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin – essa roubalheira causou um prejuízo de 9 bilhões de reais aos cofres públicos. Inúmeros pedidos de CPIs para apurar as denúncias foram arquivados. 
As autoridades mostram-se mudas, cegas e surdas frentes as evidências e denúncias feitas. A mídia, de olho numa fatia desse botim, fez sua parte ignorando e impondo silêncio frente aos crimes cometidos. Foi preciso a atuação da Justiça da Suíça, onde corre um processo envolvendo as mesmas empresas corruptoras – Alston e Simiens – para que o caso ganhassem repercussão em nosso país. 
Já no caso da máfia dos fiscais da prefeitura de São Paulo, que imperou nos mandatos seguidos de Serra/Kassab, diante da impossibilidade de abafar o caso, a mídia usa do seu poder para manipular as informações e confundir a opinião pública. Não poupa esforços na tentativa de vincular o prefeito petista como cúmplice da roubalheira. Ignora o fato de que foi o atual prefeito que tomou a iniciativa de desbaratar essa quadrilha. 
Já figuras centrais do esquema criminoso, azeitado por anos de governos tucanos/demo, simplesmente desaparecem dos noticiários. 
Algum dia virão à luz as razões que fazem José Serra ser tão poderoso na mídia paulista, ao ponto de torná-la sua refém. Haverá também o dia, e pelo andar da carruagem será em breve, em que ficará esclarecida a atuação da mídia sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da AP 470, conhecida como o mensalão do PT. 
Já não são poucas as manifestações dizendo que o STF não julgou, apenas confirmou um resultado já pré-estabelecido por quem segurou a faca no pescoço dos magistrados desde o início do processo. 
Tendo condenados e julgados (nessa ordem mesmo!) os petistas, a mídia ainda não se mostra saciada, não de justiça e sim de vingança. Basta ver o espetáculo montado, com inúmeras ilegalidades cometidas, para efetuar as prisões. 
Que poder é esse que faz até o presidente do STF a se submeter ao seu script? E, mesmo já estando encarcerados, os réus continuam sendo perseguidos por esse jornalismo raivoso, parcial e conivente com muitas falcatruas, conduzido pelos barões da mídia. Até quando? 
Tanto importante quanto aprofundar as políticas públicas que promovam a diminuição da desigualdade social, é promover reforma políticas que, dentre elas, promovam a democratização da comunicação em nosso país.

Enquanto isso, em Buenos Aires...

Governo argentino inicia processo para dividir Grupo Clarín

Alejandro Lifschitz
Em Buenos Aires (Argentina)

  • AFP
    Em frente ao Congresso, argentinos fazem protesto a favor da Lei de Meios na última terça-feira (29)
    Em frente ao Congresso, argentinos fazem protesto a favor da Lei de Meios na última terça-feira (29)
O governo argentino deu início nesta quinta-feira ao processo compulsório de desmembramento do Grupo Clarín, em cumprimento a uma nova lei contra o oligopólio dos meios de comunicação, mas deixou em aberto a possibilidade de que a própria holding apresente uma proposta sobre os ativos que estaria disposta a vender.

A Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (Afsca), uma agência reguladora do setor, recebeu autorização para lançar esse protesto depois de a Corte Suprema de Justiça declarar na terça-feira a constitucionalidade da chamada Lei dos Meios, que impõe limite ao número de concessões de canais de TV que um grupo pode acumular.

O presidente da Afsca, Martón Sabatella, compareceu à sede do Grupo Clarín, em Buenos Aires, para apresentar a notificação do início do processo.

O Grupo Clarín, crítico frequente do governo da presidente Cristina Kirchner, controla a principal operadora de TV a cabo, o jornal de maior circulação, as rádios mais ouvidas e dois dos canais de TV aberta com maior audiência.
O governo havia dado prazo até 7 de dezembro do ano passado para que os grupos de comunicação que superassem os limites legais de concentração apresentassem uma proposta de adequação. O Clarín, no entanto, preferiu esperar o fim da contestação judicial.
O processo inclui a seleção dos ativos a vender, a taxação e licitação das concessões audiovisuais. O procedimento se estenderia entre seis meses e um ano, explicou Sabatella a uma rádio.
O Clarín diz que a nova lei é uma manobra de Cristina para calar seus críticos. O governo diz que a medida, aprovada há quatro anos pelo Congresso, serve para democratizar os meios de comunicação e combater monopólios.
"O desembarque de hoje nos meios do Grupo Clarín ignora a sentença da Corte e ratifica que o governo está decidido a avançar contra as escassas vozes independentes que restam na Argentina", disse o Clarín em nota após a saída de Sabatella.
O chefe da agência reguladora disse que, apesar de o prazo já ter expirado, o Clarín ainda poderá apresentar uma proposta de desinvestimento, caso se adeque àquela já feita por seus sócios minoritários.
A empresa Fintech Advisory Inc., acionista minoritária da operadora Cablevisión, apresentou à Afsca um plano de desinvestimento que inclui a exclusão do grupo do capital da sociedade.
Mas a Fintech, com 40 por cento de participação direta ou indireta na Cablevisión, esclareceu que a proposta não poderia se materializar por causa da resistência dos controladores.
Apesar da decisão da Corte Suprema, o Clarín ainda pode continuar contestando sob o argumento de que o mesmo tribunal máximo também havia decidido que a Afsca deveria ser um órgão independente, protegido de interferências políticas.
As ações do Clarín na bolsa de Buenos Aires já caíram cerca de 35 por cento após a decisão da Corte Suprema.



Fonte: Portaimprensa.com.br
Foto: Reprodução

Nenhum comentário: