domingo, 15 de dezembro de 2013

Michelle Bachelet volta à presidência do Chile

  • Candidata da coalizão oposicionista 'Nova Maioria'(de esquerda) volta ao poder em segundo turno marcado pelo baixo comparecimento dos eleitores
Atualizado:

Bachelet exibe seu voto pouco antes de depositá-lo na urna neste domingo: candidata da coalizão oposicionista Nova Maioria conquistou maioria folgada no segundo turno da eleição presidencial
Foto: Jorge Saenz/AP
Bachelet exibe seu voto pouco antes de depositá-lo na urna neste domingo: candidata da coalizão oposicionista Nova Maioria conquistou maioria folgada no segundo turno da eleição presidencial Jorge Saenz/AP
SANTIAGO – Michelle Bachelet foi eleita neste domingo presidente do Chile, tornando-se a primeira mulher reeleita presidente no país e marcando a volta dos socialistas ao poder depois de um mandato comandado pelo direitista Sebastian Piñera, o único desde a redemocratização dos anos 90. Ex-mandatária do país entre 2006 e 2010, a candidata da coalizão oposicionista Nova Maioria bateu a governista Evelyn Matthei no segundo turno do pleito, que teve baixo comparecimento dos eleitores.
- Obrigada por fazer-me parte desta história - disse Bacheler em discurso de agradecimento na noite deste domingo, acrescentando que sua vitória não foi pessoal, mas de um “sonho coletivo” e que é chegada a hora de fazer as “mudanças profundas” no Chile que constam de seu programa de governo, como elaborar uma nova Constituição (a atual foi herdada da ditadura de Augusto Pinochet) e promover reformas profundas em Educação, Saúde e sistema tributário. - Temos a força cidadã, a maioria parlamentar e nos conselhos regionais, as políticas sociais e econômicas, a vontade e a união (para isso). Estou orgulhosa de ser hoje sua presidente eleita, do país que construímos e do que vamos construir. De nós depende seu avanço, cimentar o futuro para que o Chile que todos queremos não seja mais um sonho.
Bachelet, no entanto, vai ter que lutar contra a impressão de que seu governo carece de legitimidade, já que, de acordo com Piñera, apenas 47% dos chilenos habilitados a votar foram às urnas.
- Temos que aprender a escutar os chilenos que votaram e os que não o fizeram - disse o atual presidente chileno. - No Chile, o voto é voluntário, uma reforma deste governo, porque acreditamos na liberdade.
Apesar disso, em telefonema a Bachelet, Piñera cumprimentou a candidata oposicionista pela vitória, garantindo que ela poderá contar uma “atitude leal, construtiva e patriótica” na transição de governo.
Segundo os últimos resultados divulgados pelo Conselho Diretor do Serviço Eleitoral do Chile (Servel), às 20h52 no horário local, 21h52 em Brasília, com 99,93% das urnas apuradas Bachelet tinha quase 3,5 milhões, ou 62,16%, dos votos, contra pouco mais de 2,1 milhões, ou 37,83%, para Matthei. Mas já às 18h56 no horário local (19h56 em Brasília), com 63,85% das urnas apuradas, Bachelet liderava com pouco mais de 2,1 milhões de votos, ou 62,54%, contra 1,27 milhão, ou 37,45%, de Matthei, números que levaram a candidata da situação a reconhecer a derrota.
- Ela (Bachelet) ganhou e depois vou visitá-la - disse Matthei, que cumpriu a palavra e pouco mais de uma hora após reconhecer a derrota foi ao hotel San Franscico, onde Bachelet e seus partidários estão reunidos para acompanhar a apuração, para cumprimentar a adversária.

Enquanto Matthei lamentava o resultado da eleição, o clima já era de festa no comando da campanha de Bachelet. Já no início da noite, centenas de pessoas se dirigiram para festejar a vitória no lado de fora do hotel San Franscico.
- O que estamos vendo hoje é um triunfo de uma campanha propositiva, é o triunfo de um estilo e liderança sem nenhum tipo de baixaria de Michelle Bachelet. Hoje triunfaram as ideias - afirmou Javiera Blanco, porta-voz da campanha da Nova Maioria.

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