Vocês viram o programa
de governo de Aécio?
Quase ninguém viu.
E quem viu, esqueceu...
Fernando Brito
Com a desistência de José Serra na véspera, Aécio tinha tudo para fazer do lançamento de seu “pré-programa” de Governo um acontecimento.
Afinal, era o início do voo solo do candidato da maior força de oposição do país, agora inconteste representante dos tucanos na disputa.
Tudo foi cuidadosamente montado, até o cenário parecido com o de eventos eleitorais americanos.
E o resultado…Bem, o resultado você viu qual foi.
Ou melhor, não viu, porque não foi.
A ausência de uma menção sequer ao pré-sal, apontada por Saul Leblon em texto da Carta Maior, indicado aqui, foi uma lacuna no meio do nada.
Até a Folha, que aplaude qualquer crítica ao atual governo, tachou de “sem inspiração” a fala do mineiro.
Sorridente, arrumadinho, mas incapaz de fixar alguma ideia na cabeça de alguém: pronto para o que disse ser esquecido em dez minutos.
E olhe que Dilma Rousseff e Eduardo Campos, adversários de Aécio, não são propriamente donos de um desempenho pessoal de estrelas.
Aécio tem o discurso do velho, do passado, do pretender apontar maravilhas num período do qual os brasileiros se recordam como pesadelo.
Lembro-me do Tio Ivo, da vila de subúrbio onde passei minha infância, que – cardíaco – jogava com a garotada de “beque parado” e delá nos orientava, aos gritos. Dependendo de quem estivesse com a bola, no time adversário, ouvíamos a sua voz: “larga, deixa sozinho que a Natureza marca”.
Aécio, sem adversários internos e assumindo um clima de amizade ajantarada com Eduardo Campos, está sendo marcado pela natureza da tucanagem.
Eles não tem o que dizer ao Brasil.
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