quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Corte de gastos públicos é fome.     Vamos assumir isso?


 Fernando Brito               
deficit

A análise feita hoje por Gustavo Patu, na FolhaSP, sobre o esboço de programa de governo que será lançado por Aécio Neves contém uma das mais cortantes – e menos ditas – verdades sobre a política econômica.
“A máquina estatal agigantou-se e passou a consumir recursos escassos que deveriam estar servindo à melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”, nas palavras do documento tucano, é um diagnóstico fácil e falso.
Praticamente toda a expansão do gasto público nos últimos anos é explicada pela área social, o que torna o tema muito mais complexo politicamente.
Os principais responsáveis pela deterioração das contas públicas são os programas de transferência de renda –caso de aposentadorias, seguro-desemprego e Bolsa Família– e a educação.
O Tijolaço  já tinha feito, duas semanas atrás, esta demonstração, com dados levantados pelo próprio Gustavo Patu.
A conversinha de reduzir o número de ministérios é pra boi dormir, pode economizar, no máximo, duas ou três dezenas de milhões  numa conta que sobe a centenas de bilhões de reais.
Corte nos gastos sociais, para valer, teria de ser feito em duas frentes.
A primeira, o fim do aumento real do salário-mínimo – e, com ele, das aposentadorias e pensões.
A segunda, o fim das desonerações fiscais concedidas à indústria e do crédito aportado, via Tesouro Nacional, aos programas de financiamento de moradias e da indústria, realizado através de aportes à Caixa e ao BNDES .
É essa a questão essencial se desejam aumentar o superavit primário, esta perna da sacrossanta instituição do tripé econômico.
Não existe almoço grátis, já dizia o papa do neoliberalismo, Milton Friedman.
Neste caso, para cortar os gastos públicos em tal grau, será necessário tirar o almoço de milhões de pobres.
Do AMgóes - Eis, sinteticamente(para o bom  entendedor, duas palavras bastam) a doutrinan que lastreia o retorno do projeto neoliberal tucano, redivivo em Aécio 'Never'. Sejamos francos: pó parar, senador!                                                                                     

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