O castigo para quem se acha mais civilizado:
torcedores esfaqueados na Europa
Fernando Brito 11 de Dezembro de 2013 | 21:50
Brigas entre torcidas no futebol são deploráveis e precisam ser não apenas evitadas, mas punidas.
Mas nunca devem servir para demagogia nem preconceito, como fez hoje o Financial Times, logo cedo, ao se aproveitar dos incidentes do jogo entre Atlético Paranaense e Vasco para dizer que os “hooligans” brasileiros mostravam “a cara feia” de um problema sério do nosso país.
Ora, “hooligan” é coisa vinda da mesma Inglaterra do Financial Times e se tornou uma palavra mundialmente conhecida nosesportes depois que torcedores ingleses provocaram uma briga na Copa dos Campeões europeia, num jogo realizado na Bélgica, entre o Liverpool e os torcedores do Juventus, italianos.
Mas, como dizia minha avó, o castigo vem a cavalo.
No mesmo dia de hoje, italianos e holandeses se enfrentaram antes do jogo entre Milan e Ajax, em Milão. Seis holandeses ficaram feridos, três deles a facadas e um em estado grave. Houve outros feridos sem gravidade.
A brutalidade entre as torcidas de futebol é universal, embora isso não a faça menos detestável.
Fazer demagogia com isso e, sobretudo, pretender apresentar o Brasil como um país de selvagens é uma estupidez.
Ontem, a Folha fez isso dando um tom sensacionalista a uma preocupação correta – mas mal expressa – de uma socióloga que reclamou do mesmo que se reclamou aqui: a ausência da força pública dentro de estádios “privatizados”.
Os europeus, não têm mais capacidade, civilidade ou eficiência que os brasileiros para organizar eventos.
O que eles têm é mais dinheiro.
Isso faz diferença, é claro.
Mas não os faz melhores.
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