África do Sul:
Mandela foi "a maior personalidade do século 20", diz Dilma
Em discurso em homenagem a líder, presidenta destacou legado de lições deixadas por Mandela para todos que buscam a paz, a liberdade e a justiça social
por Redação — publicado 10/12/2013 11:18
A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira 10, em discurso durante cerimônia de homenagem a Nelson Mandela, em Joanesburgo, que o líder sul-africano deixou um legado de lições não só para o continente africano, mas para todos que buscam a paz, a liberdade e a justiça social. Dilma destacou que Mandela foi "a maior personalidade do século 20".
"Ele soube fazer da busca da verdade e do perdão os pilares da reconciliação nacional e da construção da nova África do Sul. Devemos reverenciar esta manifestação suprema de grandeza e de humanismo. Sua luta transcendeu suas fronteiras nacionais", disse a presidenta em pronunciamento no estádio FNB, também conhecido como Soccer City, no bairro de Soweto.
Dilma disse que Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea: o fim do regime de apartheid na África do Sul. "Trago aqui o sentimento de profundo pesar do governo e do povo brasileiro, e tenho certeza de toda a América do Sul, pela morte deste grande líder, Nelson Mandela (...) Madiba, como carinhosamente vocês o chamaram, constitui exemplo e referência para todos nós."
No discurso, a presidenta qualificou o apartheid como a forma mais elaborada e cruel da desigualdade social e política que se tem notícia nos tempos modernos e concluiu afirmando que assim como os sul-africanos, os brasileiros choram e celebram o exemplo de Mandela.
"O governo e o povo brasileiro se inclinam diante da memória de Nelson Mandela. Transmito aos seus familiares, ao presidente Zuma e a todos os sul-africanos nosso profundo sentimento de dor e pesar. Viva Mandela. Para sempre."
Obama
O presidente dos EUA, que fez seu discurso antes de Dima, citou frases de Mandela em diversos momentos do tributo e destacou que o líder sul-africano foi um "gigante da história".
O líder norte-americano agradeceu o povo da África do Sul por compartilhar Mandela com o mundo. “A luta dele, foi sua luta. O triunfo dele, foi seu triunfo. Sua dignidade e sua esperança encontraram expressão na vida dele e na luta pela democracia”, disse aos participantes.
De acordo com o presidente dos EUA, Nelson Mandela foi o último libertador do século 20. Ele comparou o sul-africano ao líder indiano Mahatma Ghandi e ao ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln – que, segundo ele, mantiveram os respectivos países unidos em um contexto de separação. “Ele compartilhou conosco suas falhas. Disse que não era um 'santo, mas um pecador que continuava tentando'”, discursou Obama, citando as palavras de Mandela.
Obama mencionou o valor que Mandela deu à razão, à argumentação e às ações. “Ele entendeu que ideias não podiam ser extintas pelas paredes de uma prisão ou por balas de um atirador. Ele se condicionou, treinou para ser um defensor, afiou seus argumentos e disseminou seu ímpeto por conhecimento. Ele demonstrou que ideais sem ação não são suficientes”, disse.
Para ele o trabalho de Nelson Mandela, não chegou ao fim. O presidente pediu aos jovens que ajam em nome da paz. “Nós podemos fazer da vida dele, a nossa. Há 30 anos, Mandela me inspirou. Ele me fez querer ser um homem melhor.” Com informações da Agência Brasil
Do AMgóes -leia abaixo,para entender a hipocrisia da história congtemporânea...
Mandela já foi catalogado como
terrorista pelo governo dos EUA
Seu nome foi retirado de lista em 2008, quando
completou 90 anos. Funcionários americanos consideram o assunto 'vergonhoso''.
www.globo.com
Em discurso em homenagem a líder, presidenta destacou legado de lições deixadas por Mandela para todos que buscam a paz, a liberdade e a justiça social
por Redação — publicado 10/12/2013 11:18
A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira 10, em discurso durante cerimônia de homenagem a Nelson Mandela, em Joanesburgo, que o líder sul-africano deixou um legado de lições não só para o continente africano, mas para todos que buscam a paz, a liberdade e a justiça social. Dilma destacou que Mandela foi "a maior personalidade do século 20".
"Ele soube fazer da busca da verdade e do perdão os pilares da reconciliação nacional e da construção da nova África do Sul. Devemos reverenciar esta manifestação suprema de grandeza e de humanismo. Sua luta transcendeu suas fronteiras nacionais", disse a presidenta em pronunciamento no estádio FNB, também conhecido como Soccer City, no bairro de Soweto.
Dilma disse que Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea: o fim do regime de apartheid na África do Sul. "Trago aqui o sentimento de profundo pesar do governo e do povo brasileiro, e tenho certeza de toda a América do Sul, pela morte deste grande líder, Nelson Mandela (...) Madiba, como carinhosamente vocês o chamaram, constitui exemplo e referência para todos nós."
No discurso, a presidenta qualificou o apartheid como a forma mais elaborada e cruel da desigualdade social e política que se tem notícia nos tempos modernos e concluiu afirmando que assim como os sul-africanos, os brasileiros choram e celebram o exemplo de Mandela.
"O governo e o povo brasileiro se inclinam diante da memória de Nelson Mandela. Transmito aos seus familiares, ao presidente Zuma e a todos os sul-africanos nosso profundo sentimento de dor e pesar. Viva Mandela. Para sempre."
Obama
O presidente dos EUA, que fez seu discurso antes de Dima, citou frases de Mandela em diversos momentos do tributo e destacou que o líder sul-africano foi um "gigante da história".
O líder norte-americano agradeceu o povo da África do Sul por compartilhar Mandela com o mundo. “A luta dele, foi sua luta. O triunfo dele, foi seu triunfo. Sua dignidade e sua esperança encontraram expressão na vida dele e na luta pela democracia”, disse aos participantes.
De acordo com o presidente dos EUA, Nelson Mandela foi o último libertador do século 20. Ele comparou o sul-africano ao líder indiano Mahatma Ghandi e ao ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln – que, segundo ele, mantiveram os respectivos países unidos em um contexto de separação. “Ele compartilhou conosco suas falhas. Disse que não era um 'santo, mas um pecador que continuava tentando'”, discursou Obama, citando as palavras de Mandela.
Obama mencionou o valor que Mandela deu à razão, à argumentação e às ações. “Ele entendeu que ideias não podiam ser extintas pelas paredes de uma prisão ou por balas de um atirador. Ele se condicionou, treinou para ser um defensor, afiou seus argumentos e disseminou seu ímpeto por conhecimento. Ele demonstrou que ideais sem ação não são suficientes”, disse.
Para ele o trabalho de Nelson Mandela, não chegou ao fim. O presidente pediu aos jovens que ajam em nome da paz. “Nós podemos fazer da vida dele, a nossa. Há 30 anos, Mandela me inspirou. Ele me fez querer ser um homem melhor.” Com informações da Agência Brasil
Do AMgóes -leia abaixo,para entender a hipocrisia da história congtemporânea...
Mandela já foi catalogado como
terrorista pelo governo dos EUA
Seu nome foi retirado de lista em 2008, quando
completou 90 anos. Funcionários americanos consideram o assunto 'vergonhoso''.
www.globo.com
.Em 2008, pouco antes de seu 90º aniversário, os Estados Unidos concederam a Nelson Mandela um presente muito especial: retiraram seu nome de sua lista de terroristas, na qual havia figurado por décadas, colocando fim ao que funcionários americanos consideram "um assunto bastante vergonhoso".
Na ocasião, o líder anti-apartheid já havia abandonado há tempos a prisão na qual permaneceu por 27 anos, e já desfrutava de sua aposentadoria e de seu papel como uma das figuras mais Na quinta-feira (5), quando Mandela morreu, aos 95 anos, o presidente americano Barack Obama o destacou como uma figura inspiradora que "alcançou mais do que podemos esperar de qualquer homem" e ordenou que as bandeiras em todos os edifícios públicos fossem colocadas a meio mastro - um tributo concedido raras vezes a um líder estrangeiro.
Mas décadas atrás muitos americanos não compartilhavam a admiração por Mandela e seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), que foi catalogado como uma organização terrorista pela África do Sul e pelos Estados Unidos. Seus opositores de direita o acusavam de ser um terrorista impertinente e simpatizante do comunismo.
De fato, soube-se que a Agência Central de Inteligência americana (CIA) ajudou a orquestrar a prisão de Mandela em 1962, ao infiltrar um agente na ANC que fornecia dados às autoridades sul-africanas para que pudessem rastreá-lo.
No entanto, na década de 1980 o falecido senador democrata Ted Kennedy redigiu uma lei junto ao senador Lowell Weicker que, com o tempo, se converteria em um dos catalisadores que conduziriam ao colapso do apartheid.
O então presidente Ronald Reagan tentou enterrar com seu veto o projeto anti-apartheid, que se dispunha a impor sanções econômicas à Africa do Sul, afirmando que considerava que ele só conduziria a mais violência e à repressão dos negros.
Mas pela primeira e única vez no século, o Congresso americano se rebelou e levantou o veto, abrindo caminho para a aplicação de sanções contra Pretória que afetaram as ligações aéreas diretas e cortaram ajuda vital.
Alguns especialistas consideram que a história de redenção de Mandela e a inegável justiça de sua causa representam lições únicas para Washington, que enfrenta abusos flagrantes dos direitos humanos por parte de regimes repressivos em todo o mundo.
Mandela, em foto de 2 de maio de 1994 (Foto: David Brauchli/AP)
Brian Dooley, que trabalhou com Kennedy na legislação e agora dirige a organização Human Rights First, critica a justificativa de que os Estados Unidos buscam um compromisso construtivo com os regimes autocráticos visando um bem maior e para garantir interesses em matéria de segurança.
"As justificativas para apoiar o regime do apartheid são agora quase as mesmas que são ouvidas quando se fala sobre por que os Estados Unidos não são mais firmes contra as violações dos direitos humanos na Arábia Saudita, no Bahrein ou em muitos outros países", disse Dooley à AFP.
"Vamos esquecer a moral por um segundo, e observar o interesse nacional, o interesse próprio. Alinhar-se com os tipos maus não apenas parece mau, está mau. E eventualmente caem, e eventualmente existirá um terrível ressentimento" em relação ao país, acrescentou.
As lições extraídas no tempo do apartheid ainda são aplicadas hoje, considerou Dooley, já que "o simples fato de o Congresso ter ignorado o veto salvou a reputação dos Estados Unidos".
Há cinco anos atrás, Mandela e outros integrantes da ANC permaneciam na lista terrorista dos Estados Unidos, devido a sua luta armada contra o regime segregacionista, que em meados da década de 1990 cedeu lugar à democracia.
O Departamento de Estado concedeu a Mandela uma isenção para que pudesse entrar nos Estados Unidos para participar de reuniões como a Assembleia Geral da ONU, algo que a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice considerou vergonhoso.
Quando Mandela finalmente foi retirado da lista, em 2008, o então senador e atual secretário de Estado, John Kerry, afirmou: "ele não tem lugar na lista de vigilância terrorista de nosso governo".
Em um discurso na Casa Branca na quinta-feira, Obama destacou Mandela como alguém que "pegou a História nas mãos e curvou o arco do universo moral na direção da justiça". "Não veremos mais alguém como Nelson Mandela", ressaltou.
J. Peter Pham, diretor do Centro para a África do Conselho do Atlântico, classificou Mandela como "um dos raros estadistas que capturaram a imaginação dos americanos ao longo do espectro político".
"Inclusive aqueles que normalmente não se interessam pela África encontraram nele um indivíduo muito persuasivo", declarou Pham, que recebeu em 2008 o Prêmio Internacional Nelson Mandela para a segurança e o desenvolvimento africano.
.Em 2008, pouco antes de seu 90º aniversário, os Estados Unidos concederam a Nelson Mandela um presente muito especial: retiraram seu nome de sua lista de terroristas, na qual havia figurado por décadas, colocando fim ao que funcionários americanos consideram "um assunto bastante vergonhoso".
Na ocasião, o líder anti-apartheid já havia abandonado há tempos a prisão na qual permaneceu por 27 anos, e já desfrutava de sua aposentadoria e de seu papel como uma das figuras mais Na quinta-feira (5), quando Mandela morreu, aos 95 anos, o presidente americano Barack Obama o destacou como uma figura inspiradora que "alcançou mais do que podemos esperar de qualquer homem" e ordenou que as bandeiras em todos os edifícios públicos fossem colocadas a meio mastro - um tributo concedido raras vezes a um líder estrangeiro.
Mas décadas atrás muitos americanos não compartilhavam a admiração por Mandela e seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), que foi catalogado como uma organização terrorista pela África do Sul e pelos Estados Unidos. Seus opositores de direita o acusavam de ser um terrorista impertinente e simpatizante do comunismo.
De fato, soube-se que a Agência Central de Inteligência americana (CIA) ajudou a orquestrar a prisão de Mandela em 1962, ao infiltrar um agente na ANC que fornecia dados às autoridades sul-africanas para que pudessem rastreá-lo.
No entanto, na década de 1980 o falecido senador democrata Ted Kennedy redigiu uma lei junto ao senador Lowell Weicker que, com o tempo, se converteria em um dos catalisadores que conduziriam ao colapso do apartheid.
O então presidente Ronald Reagan tentou enterrar com seu veto o projeto anti-apartheid, que se dispunha a impor sanções econômicas à Africa do Sul, afirmando que considerava que ele só conduziria a mais violência e à repressão dos negros.
Mas pela primeira e única vez no século, o Congresso americano se rebelou e levantou o veto, abrindo caminho para a aplicação de sanções contra Pretória que afetaram as ligações aéreas diretas e cortaram ajuda vital.
Alguns especialistas consideram que a história de redenção de Mandela e a inegável justiça de sua causa representam lições únicas para Washington, que enfrenta abusos flagrantes dos direitos humanos por parte de regimes repressivos em todo o mundo.
Mandela, em foto de 2 de maio de 1994 (Foto: David Brauchli/AP)
"As justificativas para apoiar o regime do apartheid são agora quase as mesmas que são ouvidas quando se fala sobre por que os Estados Unidos não são mais firmes contra as violações dos direitos humanos na Arábia Saudita, no Bahrein ou em muitos outros países", disse Dooley à AFP.
"Vamos esquecer a moral por um segundo, e observar o interesse nacional, o interesse próprio. Alinhar-se com os tipos maus não apenas parece mau, está mau. E eventualmente caem, e eventualmente existirá um terrível ressentimento" em relação ao país, acrescentou.
As lições extraídas no tempo do apartheid ainda são aplicadas hoje, considerou Dooley, já que "o simples fato de o Congresso ter ignorado o veto salvou a reputação dos Estados Unidos".
Há cinco anos atrás, Mandela e outros integrantes da ANC permaneciam na lista terrorista dos Estados Unidos, devido a sua luta armada contra o regime segregacionista, que em meados da década de 1990 cedeu lugar à democracia.
O Departamento de Estado concedeu a Mandela uma isenção para que pudesse entrar nos Estados Unidos para participar de reuniões como a Assembleia Geral da ONU, algo que a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice considerou vergonhoso.
Quando Mandela finalmente foi retirado da lista, em 2008, o então senador e atual secretário de Estado, John Kerry, afirmou: "ele não tem lugar na lista de vigilância terrorista de nosso governo".
Em um discurso na Casa Branca na quinta-feira, Obama destacou Mandela como alguém que "pegou a História nas mãos e curvou o arco do universo moral na direção da justiça". "Não veremos mais alguém como Nelson Mandela", ressaltou.
J. Peter Pham, diretor do Centro para a África do Conselho do Atlântico, classificou Mandela como "um dos raros estadistas que capturaram a imaginação dos americanos ao longo do espectro político".
"Inclusive aqueles que normalmente não se interessam pela África encontraram nele um indivíduo muito persuasivo", declarou Pham, que recebeu em 2008 o Prêmio Internacional Nelson Mandela para a segurança e o desenvolvimento africano.
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