Cobertura
do Mais Médicos em SP fortalece Padilha e explica ataques do PiG
Uma breve pesquisa na internet ajuda a explicar a tempestade que se abateu sobre o pré-candidato do PT a governador de São Paulo, Alexandre Padilha. São Paulo, para quem não sabe, é um dos principais destinos dos profissionais do programa Mais Médicos, implantado por Padilha durante sua recém-finda gestão no Ministério da Saúde.
Vamos aos números. Até aqui, o Sudeste foi a região que mais recebeu profissionais do programa federal, com 4.170 médicos; o Nordeste ficou em segundo, com 4.147 médicos; o Sul, com 2.261; o Norte, com 1.764; o Centro-Oeste, com 893. Juntas, as regiões Sul e Sudeste receberam 6.431 dos 13.235 profissionais do Mais Médicos existentes hoje no país.
São Paulo tem 287 municípios contemplados pelo Mais Médicos, ou 44% dos seus 645 municípios. Nesse universo de pequenas e grandes cidades paulistas, a população mais carente desses lugares passou a ter, muitas vezes pela primeira vez, a presença de um médico por perto.
São Paulo, portanto, agora tem 100% da sua demanda por médicos atendida pela iniciativa do governo federal. São 2.101 médicos em 287 municípios. A atuação desses profissionais vai beneficiar 7,2 milhões de paulistas, ou quase um quarto do eleitorado do Estado – hoje com cerca de 30 milhões de eleitores.
As classes média-média e média-alta, com seus planos de saúde, acham que embromam o povão com essa história de médicos cubanos escravos. O povão está vivendo ao lado desses médicos. Devido à natureza do povo cubano, seus médicos estão se misturando à população, passando a ficar conhecidos. Alguém acha que, nesses locais beneficiados, irão acreditar nessa história?
O povo atendido pelo Mais Médicos sabe muito bem quanto esses profissionais eram necessários nessas regiões em que médico não dava as caras, obrigando legiões de pobres coitados a se deslocarem para as regiões que dispõem de médicos, mas sofrendo durante horas com a viagem para, muitas vezes, um atendimento-relâmpago de, no máximo, 15 minutos.
A expectativa da direita paulista é a de que exista mais classe média-média e média-alta em São Paulo do que povão sem plano de saúde, historicamente sem acesso a médicos e agora diariamente atendido por esses profissionais. Tolice. Ignorância da realidade. A classe social beneficiada pelo Mais Médicos é maioria esmagadora.
Ora, mas são “só” 7 milhões de beneficiados pelo Mais Médicos em São Paulo, dirão os mais desatentos. Não é bem assim. Os 7 milhões beneficiados são os atendidos diretamente, mas essas pessoas beneficiadas têm amigos, parentes, colegas de trabalho etc. E sobre esse círculo de relações sociais exercerão influência, comentando o benefíciob recebido.
O mesmo vale para o Brasil. Quem tenta enxergar a realidade do país através da mídia acha que todo mundo é contra o PT. Ocorre que, na 'grande' mídia, quem fala é um contingente diminuto, quem ouve e lê é um contingente reduzido de brasileiros. A maioria vive em outro mundo e não é ouvida, nem em pesquisas de opinião.
Padilha, portanto, ainda será muito alvejado, nesta campanha. Isso porque na hora em que o eleitor beneficiário do Mais Médicos souber que o implantador do programa é candidato a governar o Estado, por certo irá votar nele em peso, pois o programa tem uma aprovação próxima à unanimidade em todo o país.
O PT tem uma candidatura forte para o governo do Estado e um adversário dessa candidatura que está se enfraquecendo em queda livre à medida que as pessoas começarem a pensar na eleição.
O cartel tucano no metrô e na CPTM sumiu da mídia para não afetar Alckmin, mas durante a campanha eleitoral o assunto vai ressurgir. Uma CPI está sendo criada no Congresso. Não vai dar para esconder dos paulistas que seu sofrimento nos trens decorre da corrupção na compra e na reforma das composições.
Alckmin, poupado na mídia conservadora, será implacavelmente cobrado na campanha.
Aliás, a premissa que embasa este texto vale para as eleições em todos os níveis. Hoje, só a oposição fala – através da mídia “isenta”. Mas se a campanha na TV e no rádio for bem elaborada(como se espera), ficará difícil convencer os brasileiros a trocar a melhoria de vida que vêm experimentando nesta última década por catilinárias ideológicas contra Cuba ou sobre “corrupção”.
Na hora em que o brasileiro tiver que colocar seu ganha-pão e o novo padrão de vida em jogo numa aposta eleitoral, quem o conhece sabe de sua histórica preferência pelo que concretamente dispõe, não pelo que lhe prometam eventualmente os que, quando no Poder, nada lhe propiciaram, razão pela qual foram defenestrados desde o pleito de 2002.
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