quarta-feira, 28 de maio de 2014


Regulamentar  a  mídia


é cumprir a Constituição,


é dever do Governo


Fernando Brito     
folha
A Folha de São Paulo abre manchete para o que teria sido a “imposição do PT”  sobre a Presidenta Dilma Rousseff  da “proposta de regulação econômica da mídia”.
Essa é uma discussão tola, onde só a manipulação é capaz de tirar o foco de uma questão essencial.
Não é uma revolução, mas o simples cumprimento de nossa Constituição.
A Constituição brasileira não está sendo cumprida.
E em muito mais do que na falta de regulamentação econômica da mídia.
Diz o artigo 220 da Carta, no inciso II do parágrafo 3°:
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
E o artigo 221. por sua vez, prescreve:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Seria interessante que a nossa mídia dissesse como , salvo (e timidamente) no caso do inciso terceiro, a Constituição está sendo cumprida.
Qual é o mecanismo de que dispõem pessoa, família e sociedade para se defenderem do lixo televisivo?
Não é preciso garantias de que não haverá censura às liberdades de manifestação de opinião ou à artística e intelectual.
Elas estão na Constituição e são respeitadas.
O que está na Constituição e não é respeitado é o direito da sociedade de controlar a mercantilização abjeta do uso dos canais de televisão.
E nem a proposta do PT mexe com isso.
Segundo a Folha, ela diz:
“A democratização da sociedade brasileira exige que todos possam exercer [...] liberdade de expressão, o que passa pela regulação dos meios de comunicação - impedindo práticas monopolistas -, sem que isso implique qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdos. Uma nova regulação deve proteger e promover os direitos humanos e combater os monopólios, [...] regulamentando o que já é previsto na Constituição”
Quer dizer, regulamentar apenas a parte que proíbe “monopólio ou oligopólio” das telecomunicações.

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