Com ênfases muito semelhantes, Pezão, Garotinho, Crivela e Lindbergh estão apoiando a reeleição de Dilma e nem querer saber de brigas com ela durante a campanha. Há uma espécie de consenso entre eles, segundo o qual o volume de verbas despejado pela administração Dilma no Rio de Janeiro mudou, para melhor, a face do Estado. E nenhum deles está disposto a trombar com a muralha de prestígio que a presidente amealhou ali.
A situação chega a ser paradoxal. Em tese, mas nada mais distante da prática, deveria ser o PT o principal carro-chefe da presidente no Rio. Mas não é. Considerando o senador Lindbergh Farias lulista demais para o seu gosto, Dilma sempre jogou todas as suas fichas no prestígio à administração do até poucas semanas atrás governador Sergio Cabral. Mais que isso, a presidente sempre demonstrou, em público, carinho especial com o atual governador Pezão, a quem credita a tocada das obras federais. Ela já o recebeu no Palácio do Planalto mais de uma vez, enquanto não deu uma palavra sequer de incentivo ao lançamento da pré-candidatura do senador Lindbergh. Ainda assim, o petista não pode deixar de apoiar Dilma – e o peemedebista, pelas razões anteriores, é o maior cabo eleitoral da presidente.
Entre Garotinho e Crivela, a situação no que toca ao apoio à presidente é semelhante para ambos. Sem identificação nem com o presidenciável Aécio Neves nem com seu adversário Eduardo Campos, eles se movimentaram em Brasília para manter seus partidos na base aliada da presidente. Garotinho chegou até mesmo a se contrapor ao que parecia ser uma rebelião do PR. Mais discreto, e rivalizando com o ex-governador na liderança das pesquisas de opinião, Crivela nunca entrou em polêmica com Dilma. Ele também pedirá votos para ela.
Enquanto a situação da presidente é confortável no terceiro maior eleitorado do País, Aécio e Campos não podem dizer o mesmo. Quando o técnico Bernardinho, da seleção brasileira de vôlei, desistiu da candidatura proposta a ele por Aécio, o PSDB, que nunca foi expressivo no Rio, ficou sem nome próprio ao governo do Estado. E ainda está nessa situação. O ex-governador de Minas tem apenas uma parcela do PMDB ao seu lado, a comandada pelo presidente regional da legenda, Jorge Picciani. Contra a força da máquina administrativa comandada por Pezão, talvez ele não possa fazer muito.
Campos, sob inspiração de sua 'vice' Marina Silva, está tentando construir uma aliança que, ao menos, o insira no eleitorado fluminense. A aposta é na volta a uma eleição majoritária do deputado Miro Teixeira, hoje no Pros. Veterano da política do Rio, Miro foi candidato a governador em 1982. Mesmo bastante conhecido do eleitorado, ele não tem destaque, neste momento, nas pesquisas de opinião.
Além de Pezão, Dilma tem, ainda, o apoio irrestrito do prefeito Eduardo Paes. O peso das máquinas que eles pilotam torna a eleição no Rio de Janeiro uma das mais difíceis para a oposição carregar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário