terça-feira, 20 de maio de 2014

Deixa do jeito que está!
Aécio afirma ser a favor da concentração da mídia         


Num evento em Curitiba, o presidenciável Aécio Neves criticou Lula por defender a regulação da mídia. Por uma dedução lógica, então posso dizer que Aécio é a favor do oligopólio dos meios de comunicação. 

Segundo publicado no site do Globo, ao comentar entrevista de Lula a blogueiros na semana passada, Aécio afirmou:
- É incrível que o PT, defensor da volta da democracia, queira trazer a agenda da censura para a discussão.
Segundo o senador mineiro, “a liberdade de imprensa é inegociável, é um valor inalienável” e não pode ser usada por um governo como “instrumento” de manutenção do poder.
Com isso, Aécio rechaça qualquer “mudança” que pretenda oferecer ao Brasil. Sua resposta foi previsível. Se fizesse uma observação minimanente crítica à absurda concentração dos meios de comunicação no país, teria ganho pontos com muita gente. Fosse mais inteligente, mencionaria conceitos caros à democracia, como pluralidade de opiniões e respeito a diversidade.
É uma excelente oportunidade para Dilma marcar um golaço. Se ela der uma declaração inteligente, dizendo que não se trata de censura, e que o Brasil deveria debater, democraticamente, uma regulamentação dos meios de comunicação, nos moldes do primeiro mundo, ajudaria a desmanchar a imagem conservadora renhida que tem erodido rapidamente sua popularidade, até mesmo por ser incoerente com a expectativa da população.
Os eleitores de Dilma votaram numa mulher aguerrida, de esquerda, dona de opiniões fortes, nacionalista, com um histórico de luta contra a ditadura. Em sua biografia, destaca-se a frase: “da vida o que se pede é coragem”. O eleitorado se ressente da ausência de gestos que remetam a essa coragem.
A popularidade de Dilma atingiu os píncaros, por exemplo, quando ela enfrentou os bancos e impôs fortes redução do spread.
Está na hora de se aproveitar da deixa de Lula e emitir também uma opinião sobre a regulamentação da mídia. As pessoas querem mudança. Se apenas Lula ousar falar em mudança, o movimento “volta Lula” vai continuar crescendo.


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