segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Os filhotes “rebeldes” da direita têm 

menos culpa que seus “papais” da      

mídia golpista                                              


Fernando Brito                                  TIJOLAÇO            

tucabloc

Sobrou, com todo o merecimento, para os black blocs o saldo das confusões do último fim de semana.

De fato, eles fazem jus ao que se tornaram hoje, diante de todos: um bando de babacas pueris que age com métodos fascistóides e se incrustraram nas manifestações udenistas das quais os  coxinhas cansaram.
Mas tem de ficar clara, também, a responsabilidade dos “papais” dos meninos mal-comportados: a mídia e a oposição.
Não passaram a semana inteira falando das “maiores manifestações” que o país assistiria no Sete de Setembro?
Não ream não sei quantas centenas de mlhares de pessoas “confirmadas”?
O que (não) aconteceu?
O jornalismo brasileiro vai se tornando, cada vez mais, mera peça de propaganda.
E os jornais, em si, meros “black blocs”  nas bancas, ocupados em acusar, agredir e destruir.
Sua cobertura de política é a do moralismo udenista, que aponta todos os ladrões que não sejam os seus, como se viu no caso da sonegação da Globo e no tucanoduto da Siemens..
O jornalismo de economia varia entre prever o caos, a catástrofe e o desastre.
A de acontecimentos da vida cotidiana, apenas celebridades, sexo banal e insensibilidade para com o sofrimento diário da população, como no caso dos médicos cubanos.
Têm a mesma rasíssima profundidade que qualquer cabecinha black bloc. Tão dona da verdade quanto eles.
Na TV, o panorama é pior. o padrão é Ratinho, Datena e Pedro Bial. A solução para a infância é o Criança Esperança, um espécie de McDia Feliz televisivo.
Ah, esqueci: temos o “você decide” no STF, com o julgamento do mensalão.
Francamente, estamos mal para uma “imprensa livre”, não é?
Agora há pouco, meu parceiro Miguel do Rosário mostrou a semelhança do que fizeram com as manifestações de agora e o que faziam, quase 50 anos atrás, para derrubar um governo progressista.
Foi muito parecido ao que os brasileiros já viram. E só mesmo sendo tolo ou pretensioso, deixa-se de ver que ali está o velho, fazendo-se de novo.
No lugar dos véus das carolas, máscaras, no lugar dos estandartes da TFP, a bandeira preta, no lugar das velhas senhoras, jovens tao incapazes de aceitar os outros quanto elas eram.
Saem da mesma classe média, tem o mesmo discurso de uma suposta “moralidade” – que nunca inclui no rol das imoralidades a exploração humana, a injustiça social ou a dominação colonial.
Congregados piedosos ou depredadores insensatos existem em qualquer sociedade e em qualquer tempo.
E, em qualquer tempo, são os interesses dominantes, que a mídia expressa e promove, que os fazem descer à insignificância ou se tornarem ferramentas de seus projetos.
A mídia brasileira manipula muita coisa.
Manipula, sobretudo, os idiotas.
Porque o conservadorismo é tão disforme e horrendo, que não pode se mostrar de cara limpa.
Usa véus, usa máscaras.
Que alguma hora caem.

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