Denúncia de espionagem cancela encontro de Dilma e Obama
ter, 17/09/2013 - 15:46 - Atualizado em 17/09/2013 - 16:04
Jornal GGN - Depois da revelação de que a NSA (Agência Nacional de Segurança) dos Estados Unidos espionou e-mails da Presidente Dilma Rousseff , de seus assessores, além de informações da Petrobras, o governo brasileiro decidiu cancelar sua viagem oficial aos Estados Unidos, marcada para o dia 23 de outubro.
Segundo a presidente Dilma, as respostas dadas pelos EUA não foram satisfatórias. Por isso, o adiamento seria a melhor solução, para que, até lá, o assunto espionagem saia da pauta principal e se possa discutir questões econômicas.
Nesta segunda-feira (16), o presidente Barack Obama telefonou para o governo brasileiro para tratar do assunto. Nem o Itamaraty nem a Presidência revelaram detalhes da conversa que durou cerca de 20 minutos.
Por outro lado, em nota a Casa Branca esclarece que a decisão de cancelar a viagem oficial foi conjunta e que uma nova data será definida pelos dois dirigentes. "O presidente Obama e a presidente Rousseff aguardam a visita de Estado, que vai celebrar nosso amplo relacionamento e não dever ser ofuscada por um único problema bilateral, não importa o quão importante e desafiador ele seja", diz documento.
Comunicado oficial
A presidenta Dilma Rousseff recebeu ontem, 16 de setembro, telefonema do presidente Barack Obama, dando continuidade ao encontro mantido em São Petersburgo à margem do G-20 e aos contatos entre o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado e a Assessora de Segurança Nacional Susan Rice.
O governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua. Temos trabalhado conjuntamente para promover o crescimento econômico e fomentar a geração de emprego e renda. Nossas relações compreendem a cooperação em áreas tão diversas como ciência e tecnologia, educação, energia, comércio e finanças, envolvendo governos, empresas e cidadãos dos dois países.
As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.
Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington - e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação - não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada.
Dessa forma, os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada.
O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos.
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Federativa do Brasil
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