sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Dilma: Mais Médicos não é decisão

contra profissionais brasileiros


Paulo Victor Chagas - repórter da  Agência Brasil                                         

Brasília - A presidenta da República, Dilma Roussseff, reforçou nesta sexta-feira (6) a importância da vinda de médicos brasileiros ao Brasil. Durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma disse que trazer médicos de outros países para atender em locais onde há carências na saúde é uma medida 'a favor da saúde'. 'A vinda de médicos estrangeiros, que estão ocupando apenas as vagas que não interessam e não são preenchidas por brasileiros, não é uma decisão contra os médicos nacionais', defendeu.

A presidenta também disse que o país tem feito investimentos na estrutura da saúde e que pretende liberar mais recursos para hospitais e equipamentos. 'A falta de médicos é a queixa mais forte da população pobre. Muita morte pode ser evitada, muita dor, diminuída, e muita fila reduzida nos hospitais apenas com a presença atenta e dedicada de um médico em um posto de saúde', disse.

De acordo com Dilma, 'o Pacto da Saúde vai produzir resultados rápidos e efetivos'. A presidenta também frisou que o Programa Mais Médicos 'está se tornando realidade' e disse também que os brasileiros vão sentir, a cada dia, 'os benefícios e entender melhor o grande significado deste programa'. A presidenta disse que o Brasil 'ainda tem uma grande dívida com a saúde pública e essa dívida tem que ser resgatada o mais rápido possível'.

Além de defender o crescimento da economia brasileira, o pronunciamento também relembrou os cinco pactos nacionais anunciados por Dilma anteriormente. 'Estamos aprofundando os cinco pactos para acelerar melhorias na saúde, na educação e no transporte e para aperfeiçoar a nossa política e a nossa economia', explicou. Os pactos para melhorias no transporte público, na estabilidade fiscal e na educação foram lembrados pela presidenta. Sobre a reforma política, a presidenta celebrou a 'proposta de decreto legislativo para o plebiscito'.

Já na educação, foi reforçado a reserva, para a área, de 75% dos royalties do petróleo e de 50% do Fundo Social. 'Esse será um dos maiores legados do nosso governo às gerações presentes e futuras e vai trazer benefícios permanentes à população brasileira por um período mínimo de 50 anos'.

O discurso, veiculado na véspera de Sete de Setembro, começou às 20h30 desta sexta (6) e durou cerca de dez minutos. No mês de junho, em meio às manifestações populares que levaram milhares de brasileiros às ruas de centenas de cidades, a presidenta fez um pronunciamento em que prometia 'trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS'. Aprimorar a saúde pública foi um dos pontos do pacto firmado por Dilma em prol da melhoria dos serviços públicos, uma das principais reivindicações dos protestos. Três semanas depois, o governo lançava, por meio de medida provisória, o Mais Médicos.

A Medida Provisória (MP) 621, que cria o Programa Mais Médicos, é debatida pelos deputados. Nesta quarta-feira (4), foi instalada comissão geral na Câmara para apreciar o tema. Na sessão de lançamento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que os profissionais médicos estão mal distribuídos no território nacional, faltam especialistas e há poucas vagas nas escolas de medicina. 'O jovem que entra na faculdade de medicina hoje é filho da realidade urbana que estudou em escola particular. Ou trazemos ao jovem do interior, ao jovem indígena, a oportunidade de ser médico ou não vamos resolver o problema', completou.

A prática de celebrar o Dia da Independência com um pronunciamento à Nação já é prática entre os presidentes brasileiros. No ano passado, Dilma anunciou a redução dos preços da energia elétrica para residências e indústrias.

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