Indefinição de Marina esfacela grupo de aliados da Rede, avaliam cientistas políticos
Ao adiar definição, ex-senadora colocou apoiadores em saia-justa
Gustavo Uribe
Ex-senadora Marina Silva, durante entrevista sobre a Rede Sustentabilidade Givaldo Barbosa / O Globo
SÃO PAULO - A decisão da ex-senadora Marina Silva de deixar a definição sobre sua participação na sucessão presidencial para este sábado, último dia de filiação partidária para a corrida eleitoral, colocou em uma saia-justa o seu grupo político, que terá de correr contra o tempo caso queira disputar a um cargo no ano que vem. A avaliação é de cientistas políticos entrevistados pelo GLOBO, para os quais o discurso feito na sexta-feira pela ex-ministra do Meio Ambiente não deixou claro o rumo eleitoral que ela adotará neste sábado.
Para alguns dos analistas políticos, a demora na definição eleitoral já causou inclusive perdas no grupo de aliados de Marina Silva, como a filiação do deputado federal Miro Teixeira (RJ) ao PROS, sigla que pretende apoiar o PT, e do deputado federal Domingos Dutra (MA) ao Solidariedade, que já sinalizou apoio ao PSDB na eleição presidencial do ano que vem. Segundo eles, as críticas do deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) também revelam um ambiente de crise no grupo aliado.
Na avaliação do cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), Marco Antonio Carvalho Teixeira, as filiações de sexta-feira demonstram que a base de apoio de Marina Silva, que é bastante heterogênea, está se esfacelando. Segundo ele, caso se filie neste sábado a uma outra sigla, a ex-ministra do Meio Ambiente sai enfraquecida desta etapa eleitoral de definição.
- O mais interessante deste episódio é que a base de apoio dela está se esfacelando. Ou seja, cada um tem buscado guarida em partidos que, de uma forma ou de outra, já estão comprometidos com outra candidatura. Então, qualquer que seja a decisão dela, ela sai enfraquecido nessa etapa – afirmou.
Para o diretor do Centro de Pesquisas e Análises de Comunicação (Cepac), o cientista político Rubens Figueiredo, a demora em definir o seu destino eleitoral afeta a unidade partidária do grupo aliado de Marina Silva, que, segundo ele, deve satisfação aos políticos que incorporaram o seu projeto político. Na avaliação dele, ao optar por um outro partido, a ex-senadora reduz o caráter simbólico “de uma sigla diferente” que teria a sua candidatura ao Palácio do Planalto.
- Ela deve satisfação ao grupo aliado que incorporou o seu projeto político. A demora é muito ruim do ponto de vista de aglutinação partidária para os aliados da Marina Silva e até desrespeitosa para quem atuou durante seis meses para angariar assinaturas para a criação da sigla – avaliou.
Para o professor de Filosofia Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano, o adiamento da definição cria uma situação muito difícil para o grupo aliado de Marina Silva. Na avaliação dele, os deputados federais aliados à ex-ministra do Meio Ambiente não têm o mesmo cacife que ela para conseguir uma filiação de última hora e ficarão, portanto, reféns da boa vontade das siglas.
- Fica uma situação muito complicada para os aliados da Marina Silva que queiram concorrer no ano que vem. A maioria deles não tem o cacife que tem a ex-ministra do Meio Ambiente. Ela pode colocar na mesa os quase 20 milhões de votos que teve nas eleições presidenciais, mas eles não têm esse capital eleitoral. Eles precisam muito mais da boa vontade dos partidos para se filiarem dentro do prazo, que termina hoje, do que ela – afirmou.
Ex-senadora Marina Silva, durante entrevista sobre a Rede Sustentabilidade Givaldo Barbosa / O Globo
SÃO PAULO - A decisão da ex-senadora Marina Silva de deixar a definição sobre sua participação na sucessão presidencial para este sábado, último dia de filiação partidária para a corrida eleitoral, colocou em uma saia-justa o seu grupo político, que terá de correr contra o tempo caso queira disputar a um cargo no ano que vem. A avaliação é de cientistas políticos entrevistados pelo GLOBO, para os quais o discurso feito na sexta-feira pela ex-ministra do Meio Ambiente não deixou claro o rumo eleitoral que ela adotará neste sábado.
Para alguns dos analistas políticos, a demora na definição eleitoral já causou inclusive perdas no grupo de aliados de Marina Silva, como a filiação do deputado federal Miro Teixeira (RJ) ao PROS, sigla que pretende apoiar o PT, e do deputado federal Domingos Dutra (MA) ao Solidariedade, que já sinalizou apoio ao PSDB na eleição presidencial do ano que vem. Segundo eles, as críticas do deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) também revelam um ambiente de crise no grupo aliado.
Na avaliação do cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), Marco Antonio Carvalho Teixeira, as filiações de sexta-feira demonstram que a base de apoio de Marina Silva, que é bastante heterogênea, está se esfacelando. Segundo ele, caso se filie neste sábado a uma outra sigla, a ex-ministra do Meio Ambiente sai enfraquecida desta etapa eleitoral de definição.
- O mais interessante deste episódio é que a base de apoio dela está se esfacelando. Ou seja, cada um tem buscado guarida em partidos que, de uma forma ou de outra, já estão comprometidos com outra candidatura. Então, qualquer que seja a decisão dela, ela sai enfraquecido nessa etapa – afirmou.
Para o diretor do Centro de Pesquisas e Análises de Comunicação (Cepac), o cientista político Rubens Figueiredo, a demora em definir o seu destino eleitoral afeta a unidade partidária do grupo aliado de Marina Silva, que, segundo ele, deve satisfação aos políticos que incorporaram o seu projeto político. Na avaliação dele, ao optar por um outro partido, a ex-senadora reduz o caráter simbólico “de uma sigla diferente” que teria a sua candidatura ao Palácio do Planalto.
- Ela deve satisfação ao grupo aliado que incorporou o seu projeto político. A demora é muito ruim do ponto de vista de aglutinação partidária para os aliados da Marina Silva e até desrespeitosa para quem atuou durante seis meses para angariar assinaturas para a criação da sigla – avaliou.
Para o professor de Filosofia Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano, o adiamento da definição cria uma situação muito difícil para o grupo aliado de Marina Silva. Na avaliação dele, os deputados federais aliados à ex-ministra do Meio Ambiente não têm o mesmo cacife que ela para conseguir uma filiação de última hora e ficarão, portanto, reféns da boa vontade das siglas.
- Fica uma situação muito complicada para os aliados da Marina Silva que queiram concorrer no ano que vem. A maioria deles não tem o cacife que tem a ex-ministra do Meio Ambiente. Ela pode colocar na mesa os quase 20 milhões de votos que teve nas eleições presidenciais, mas eles não têm esse capital eleitoral. Eles precisam muito mais da boa vontade dos partidos para se filiarem dentro do prazo, que termina hoje, do que ela – afirmou.
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