CIDADE DO VATICANO - O Papa Francisco ordenou que o bispo alemão Franz-Peter Tebartz-van Elst, conhecido como “bispo de luxo” por gastar cerca de 35 milhões de euros (R$ 103 milhões) em uma residência, deixe a diocese em que trabalha por um período indeterminado, informou o Vaticano nesta quarta-feira.
Em um comunicado, a Santa Sé disse que Tebartz-van Elst “não podia mais exercer seu ministério episcopal” e anunciou que o recém-nomeado vigário-geral de Limberg, Monsenhor Wolfgang Roesch, iria administrar a diocese durante o afastamento do bispo.
A decisão, que representa quase uma demissão, foi tomada contra o bispo de Limburgo dois dias após um encontro dele com o Papa para discutir o escândalo na Igreja da Alemanha, num momento em que o Francisco busca ressaltar a importância da humildade e de servir aos pobres.
A medida foi considerada incomum por observadores, por deixar Elst numa espécie de limbo, um meio caminho entre a suspensão e a expulsão. Aparentemente é uma forma de o Vaticano e líderes da Igreja Católica na Alemanha ganharem tempo para lidar com a situação. Elst tem 53 anos e somente poderia se aposentar daqui a 22 anos. Uma alternativa seria sua transferência e chegou a ser comentado na Alemanha que ele poderia ir para a África.
O caso revoltou os católicos alemães, num país em que Lutero promoveu uma reforma cinco séculos atrás após criticar abusos da Igreja, e levou o bispo a enfrentar uma forte pressão para deixar o cargo.
Os gastos com a construção da residência custaram um valor bem acima do orçamento inicial de 2,5 milhões de euros (R$ 7,4 milhões) previstos inicialmente. A quantia cresceu em boa parte por conta dos extras, como uma banheira de 15 mil euros (R$44,4 mil); uma mesa de reuniões de 25 mil euros (R$ 74 mil); e uma capela particular de 2,9 milhões de euros (R$ 8,5 milhões).
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