Do AMGóes:
Perdoem a ponderação, sem o vezo de especificar potenciais destinatários. Um tanto cáustica mas pertinente, salvo melhor juízo.
Sinto recrudescerem, na internet, os arautos da 'democracia' que preserva os privilégios dos 'de sempre'; da caridade falaciosa e efêmera ao invés da solidariedade perene para construir indiscriminado bem-estar social; da lógica concretamente egoísta do 'farinha pouca, meu pirão primeiro'; dos tribunos 'virtuais' no Facebook e outras páginas, sem os sobressaltos vividos pelos que, premidos por variadas circunstãncias, promoveram o contratidório em tempos de adversidade e ranger de dentes.
Chega a comover o simplismo grandiloquente e indignado de tantos quantos - sob as mais variadas justificativas de 'autopreservação' e escudados na pusilânime teoria do 'não me comprometa' - aguardaram simploriamente que a onda passasse para sentar na primeira fila do grande anfiteatro da vida, destinado à sequência dos embates sobre erros e acertos que cometemos no curso dos tempos, dissertando em tom professoral sobre as experiências, de quaisquer matizes, que não cuidaram de vivenciar.
Conquanto não postulemos, por inadmissível, o título de domínio de supostas 'verdades dogmáticas', dispomos todos, por exemplo, das evidências, gritantes e indeléveis, quanto à histórica 'exploração do homem pelo homem', através de cujas ações perniciosas impera o jugo dos fortes sobre os fracos e excluídos do processo socioeconômico de interação, aqui, ali e alhures. Caótica realidade que não nos permite o direito de empurrá-la 'ad eternam' com a barriga.
Se não encararmos, sem sofismas, o debate em torno de recorrentes pendências postergadas às calendas, seguiremos desferindo mutiladores tirambaços em nossos próprios pés que, ricocheteando, acabam, por se alojar profundamente em nossas consciências.
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