quarta-feira, 4 de junho de 2014

"O brasileiro, essa


gente feliz"


Clovis Rossi     01/02/2014            
Do AMgóes - Todo-poderoso e dissimulado integrante da 
'editoria de golpismo' da FolhaSP, Clovis Rossi prenuncia o 'haraquiri'(a que, pelo visto, também aderirá) da falida oposição brasileira, às voltas com referências inquestionáveis que alavancam a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. O articulista avalia que Dilma "não poderia ter tantos votos(37%) quantos tinha na mesma altura de 2010(36%, segundo o Datafolha,  rigorosamente empatada com José Serra)". E desfia, como você lerá abaixo, 'razões' pelas quais  'ela', com base na "lógica político-eleitoral", perdendo 'fatias do imenso bloco de apoio de que gozava há quatro anos", deveria estar, em sua opinião, no fundo do poço.  De repente, Rossi, a contragosto e insinuando a entrada em cena(ele não diz, mas sem dúvida rumina em 'off') discorre sobre números "encomendados pelos petistas'', a serem divulgados no próximo fim de semana e originários do exterior(OCDE), que atestam A SATISFAÇÃO DOS BRASILEIROS COM SUA VIDA ATUAL. E, finalmente, em subreptício e antecipado  'canto de cisne', alerta: ou a oposição 'se coça' ou "Dilma pulará para os 47% com que fechou o primeiro turno de 2010". Palavra de um dos 'pensadores' do 'PiG', Clovis Rossi...                                                 
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Pesquisa a ser lançada no próximo dia 9 em São Paulo ajuda a entender por que as intenções de voto em Dilma Rousseff duplicam as de seu perseguidor mais imediato, o senador tucano Aécio Neves.
Pela lógica político-eleitoral, a presidente não poderia ter tantos votos (37%) quantos tinha na mesma altura de 2010 (36%, segundo o Datafolha, rigorosamente empatada com José Serra).
Primeiro porque 2010 foi, economicamente, o ano mais brilhante do século, com crescimento de 7,5%. Neste ano, a situação é no mínimo nebulosa, com crescimento reconhecidamente pífio.
Além disso, Dilma perdeu fatias do imenso bloco de apoio de que gozava há quatro anos.
Não se sabe bem quantos votos agregavam, mas que ajudavam a encher o cesto, ajudavam.
Perdeu Eduardo Campos e o PSB. Perdeu a fatia do PDT liderada por Paulo Pereira da Silva, que levou seu território sindical, a Força Sindical. Perdeu o PSC, que hoje tem candidato próprio, o pastor Everaldo, que atinge nada desprezíveis 3%, número razoável para um "nanico".
Sofre, ainda, a hesitação de setores do PMDB e do PR, sem falar no "volta, Lula", que deve, em tese, inibir a declaração de voto em Dilma.
Por fim, a rua, que, em 2010, só fervia nos centros comerciais, ferveu no asfalto em junho de 2013, revelando descontentamentos que estavam soterrados sob a tonelada de apatia que caracteriza o brasileiro.
Tudo somado, o fato de Dilma manter-se praticamente no mesmo patamar que tinha em maio de 2010 parece inexplicável.
Aí é que entra a pesquisa a ser divulgada dia 9. Trata-se do Índice da Vida Melhor, elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), o clubão das 34 economias mais ricas do mundo, do qual o Brasil é apenas observador porque não quer ser membro pleno.
O levantamento vai mostrar que os brasileiros estão mais satisfeitos com suas vidas do que a média da OCDE. Uma esmagadora maioria declara ter mais experiências positivas em um dia normal (sentimentos de sossego, orgulho das realizações, proveito etc.) do que negativas (dor, preocupação, tristeza).
A satisfação não basta, no entanto, para ocultar as mazelas: como em todos os levantamentos internacionais, é feia a foto do Brasil em itens como educação e saúde, entre outros.
Fica a sensação de que é correta a análise da presidente, feita após o levante de junho: o brasileiro está satisfeito dentro de casa (aumento da renda, quase pleno emprego etc.), mas, cada vez que abre a porta da rua, descobre motivos de insatisfação, na educação, na saúde, no transporte, no trânsito, na segurança e em um extenso etc.
Tudo leva a crer que essa satisfação íntima é parcialmente canalizada, nas pesquisas de intenção de voto, para a candidata do governo.

Falta à oposição capturar duas coisas: transmitir a confiança de que, dentro de casa, as coisas continuarão bem e, fora dela, vão melhorar. Se não o fizer, Dilma pulará para os quase 47% com que fechou o primeiro turno em 2010.  


Um comentário:

Jbmartins-Contra o Golpe disse...

PARA UM HARAQURI FELIZ DA OPOSIÇÃO.
A glória vivida pelos dois partidos PSDB e PFL, nos oito anos de governo de FHC começou a se mostrar que efêmera já no primeiro turno de 2002, quando a bancada federal dos partidos foi definida junto com os dois candidatos presidenciais que foram para o segundo turno, Luiz Inácio Lula a Silva (PT) e José Serra (PSDB). Dos 99 deputados tucanos eleitos em 1998, sobraram 70; o PFL viu despencar sua bancada de 105 para 84 deputados. Em 2006, quando Lula se reelegeu, o PSDB fez apenas 66 deputados; o PFL, 65. Nas eleições de 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita para exercer um terceiro mandato pela legenda petista, os dois principais partidos de oposição tinham 54 deputados (PSDB) e 43 deputados (o ex-PFL, já DEM na época).
Com a formação do PSD, no final de 2011, e a dos recentes PROS e Solidariedade, o PSDB perdeu mais oito deputados e tem, hoje, uma bancada de 46 parlamentares na Câmara dos Deputados. O DEM ficou com uma bancada inexpressiva, de 25 parlamentares. E o PPS, fiel escudeiro tucano mas muito pequeno, tornou-se nada além do que um partido nanico: elegeu 12 deputados e hoje tem 7.  Esse encolhimento tem mais consequências do que a mera capacidade de atuação da oposição no Legislativo.
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