O ressentimento de Faustão com a Copa no Brasil
A culpa não é dele nem de sua equipe: é
do domingo, que vai pouco a pouco se libertando do cativeiro de indigência da tevê aberta e
ganha mais opções.
Fausto
Silva anda muito nervoso ultimamente. Perdeu muito do humor que o consagrou e
de sua verve inteligente e debochada. Aderiu aos rabugentos do #nãovaiterCopa
e, já que tem Copa, sim, tenta manter a bandeira do encrenqueiro, distribuindo,
sem nenhum fair play,
insultos ao evento esportivo. A delicada defesa de Honduras deve estar morrendo
de inveja do novo estilo Faustão.
O
que estará acontecendo com ele? Não confere a suspeita de que pesa no ex-gordo
o ressentimento com os quilinhos a mais que ele, de uns tempos para cá,
recuperou.
Não
consta, tampouco, que Faustão esteja em momento de renovação de contrato, o que
explicaria o seu alinhamento precavido com a agenda político-eleitoral do
patrão bilionário. Na verdade, o cidadão Fausto Silva já declarou o voto na
oposição. Faz sentido. A turma que faz plantão na sua lendária pizza semanal é
a mesma do camarote vip que vaia e ofende.
Se o ex-cronista de campo perdeu de vez a esportiva é porque
a vida profissional não lhe faculta mais goleadas no ibope. Fausto Silva devia
é, apesar das pressões, relaxar.
A culpa não é dele nem de sua equipe. O culpado é o domingo, cada vez menos 'Domingão do Faustão'. O domingo brasileiro vai pouco a pouco se libertando do cativeiro da tevê aberta. Há mais opções na própria tevê. Aquele exército de popozudas que vem esfregar o traseiro no rosto do espectador entorpecido tem seus dias contados.
A culpa não é dele nem de sua equipe. O culpado é o domingo, cada vez menos 'Domingão do Faustão'. O domingo brasileiro vai pouco a pouco se libertando do cativeiro da tevê aberta. Há mais opções na própria tevê. Aquele exército de popozudas que vem esfregar o traseiro no rosto do espectador entorpecido tem seus dias contados.
Tem razão o Faustão em se irritar com a dobradinha
Lula-Dilma. Os pobres ficaram economicamente menos pobres – e culturalmente
menos indigentes. Azar de quem, como os autocratas dos auditórios, apostou no
contrário.
*Publicado originalmente na edição
impressa de CartaCapital com o título "Perdeu a esportiva"
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