quinta-feira, 26 de junho de 2014


“Pibinho”  é nos


Estados Unidos...


 Fernando Brito    
pib
Você consegue imaginar como se comportariam os jornais brasileiros se acontecesse aqui o que se passou hoje nos EUA?
Em maio, foi anunciado que o Produto Interno  Bruto do país caíra 1%.
Culpou-se, com alguma razão, o frio recorde no território norteamericano.
No início do mês os jornais já falavam numa revisão dos números que levaria a queda da economia para perto de 2%.
Nesta quarta-25 saiu a revisão oficial: queda de 2,9%.
Quase o triplo da primeira medida e a maior desde a recessão pós-crise de 2008, como você vê no gráfico lá em cima.
Haja frio para explicar.
Tente lembrar, agora, do escândalo que se criou aqui com um crescimento de 1,9% no PIB brasileiro.
Ou quando a dirigente do Federal Reserve, o BC deles, dizia há poucos meses que estávamos nós entre os “Cinco Frágeis”.
“Pibinho”, dizem nossos comentaristas econômicos, mesmo sabendo que temos uma economia dependente da economia do mundo e que a economia do mundo reflete, e muito, o desempenho da economia americana.
Que vai apresentar um resultado melhor, claro, no segundo semestre, porque a base de comparação do primeiro trimestre é baixa, muito baixa.
Melhor, mas muito longe de recuperar as perdas dos primeiros três meses do ano.
O Brasil vai precisar fazer o que o período eleitoral e a pressão da mídia não permitem.
Ampliar muito e muito mais o investimento público e o consumo, medidas clássicas de políticas econômicas anticíclicas como se fez no Governo Lula, diante da crise global.
Mas estamos amarrados à “camisa-de-força” da ortodoxia econômica que o “diktat” do mercado nos impõe.
Ou, para sair do economês, fazer aquilo que sugeriu o ex-presidente Lula, , Arno Augustin:
- - Arno, um dia você vai ter que me explicar por que, se a gente não tem inflação de demanda, por que a gente está barrando crédito. Porque com o crédito todo mundo vai à luta, o comércio vai à fábrica, a fábrica vai produzir, melhora a vida de todo mundo. Sem crédito ninguém vai a lugar nenhum.

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