É evidente para qualquer um que o Brasil está a anos-luz de uma crise econômica.
Mas seria autoilusão achar que a intensa campanha política desenvolvida pela dupla mídia+mercado não produziu, ao lado de uma persistente política de elevação de juros, uma pisada forte no freio da economia brasileira.
Esse resfriamento, ironicamente, pode se tornar um tiro no pé dos objetivos eleitorais mídio-mercadistas.
Hoje, as instituições mais bem sucedidas na previsão de índices de inflação prevêem um índice de 0,43% para maio e 0, 0,35% para junho.
Maio ainda teve pressão altista nos alimentos, mas o mês fecha, certamente, abaixo das previsões que indicavam um IPCA acima de 0,5%.
E não será surpresa se junho apresentar uma taxa significativamente menor que a prevista pelo mercado.
Fatores que poderiam pesar muito no mês, em função da Copa, como passagens aéreas, não vão ter alta, porque as empresas forçaram muito o preço antes da hora e hoje têm encalhes, que estão sendo “desovados” com promoções.
Nesta segunda-feira, 2, a Fundação Getúlio Vargas previu um Índice de Preços ao Consumidor para junho de apenas 0,1% e não descarta, até mesmo, deflação no preço dos gêneros alimentícios, com base no comportamento dos preços no atacado, que têm apresentado queda forte.
Um fenômeno semelhante ao ano passado, quando o IPCA de junho ficou em 0,26% e 0,03% em julho, marcando um período de recuperação eleitoral de Dilma Rousseff com o alívio da percepção eleitoral.
Nossos aprendizes de feiticeiro econômicos podem ter dado uma mancada com a sede que foram o pote do discurso da inflação.
É bom lembrar que não faz três meses se falava na “tempestade perfeita”, que faria a estabilidade econômica naufragar.
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