Mantega estaria errado se reagisse como fizeram os sindicalistas
no ato da Petrobras?
O ex-ministro Guido Mantega foi
xingado e expulso de uma área comum no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, enquanto
acompanhava sua mulher que faz tratamento de um câncer na Instituição(ASSISTA AO VÍDEO).
Ao
invés de anunciar a abertura de uma investigação e deixar claro que iria apurar
quem foram os agressores, a direção do hospital publicou uma nota lacônica
afirmando que: “recebe igualmente a todos, pacientes ou não”. Lastimável,
principalmente por se tratar de um hospital da comunidade judaica, que sabe
exatamente onde esse tipo de intolerância pode chegar.
Seria
legítimo que o ex-ministro enfrentasse seus agressores e não se deixasse ser
expulso daquele recinto? Ou ele só tinha a opção de ir embora engolindo a
vergonha e a dor de ser tratado de forma tão violenta?
Não é
incomum ver gays, lésbicas, mulheres, negros, travestis e pessoas que não
professam os ideias de um certo segmento da população que costuma se intitular
como “gente de bem que paga seus impostos” serem agredidos e humilhados em
lugares públicos.
Essa
“gente de bem” precisa ser desmoralizada e confrontada, porque eles estão
ultrapassando todos os sinais da sensatez, da civilidade, do respeito ao
próximo e da democracia.
E
aceitar seu radicalismo e suas ações bárbaras como algo comum pode nos levar ao
pior dos mundos.
O
legítimo direito de defesa democrático permitiria ao ex-ministro Mantega partir
para cima dos seus agressores com um litro de água e sabão exigindo que eles
lavassem a boca para se referir a ele. E se aos berros o ex-ministro exigisse
uma retratação e chamasse a segurança do hospital para que a polícia fosse
acionada contra os autores das agressões, estaria mais do que certo.
Ninguém
é obrigado a levar desaforo para casa. Não se pode mais em nome de não arrumar
confusão deixar que os fascistas sigam fazendo seu trabalho de humilhação e de
desconstrução dos direitos civis e políticos conquistados nesses país a duras
penas.
Fascistas
como os que xingaram Mantega no Hospital Albert Einsten não são a maioria. E
não são assim tão fortes como imaginam. Por isso mesmo não se deve deixar que
pareçam estar ganhando todas.
Por
esse motivo, os sindicalistas que se defenderam e partiram para cima daqueles
que foram agredi-los e provocá-los no ato em defesa da Petrobras não podem ser
condenados pelos seus atos.
Não é
olho por olho e dente por dente, mas também não se pode achar que oferecendo a
outra face é que se vai conseguir convencer essa “gente do bem”.
Se
fizermos isso, eles vão nos massacrar.
PS: A foto montagem dessa nota foi publicada pelo Brasil 247. Lá
eles mostram como a mídia manipulou na escolha das imagens veiculadas nessa última quarta(25) e
que davam a impressão de que os agressores foram os sindicalistas.
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