Donos de diário receberam
R$ 1,1 bi antes de tirar o pé
de cobertura sobre HSBC
Empréstimo de 250 milhões de libras aos donos do Telegraph levanta novas questões sobre cobertura
Thursday 19 February 2015 18.51 GMT
O empréstimo foi completado no dia 14 de dezembro de 2012, demonstram documentos da empresa. O ex-chefe de comentário político do jornal, Peter Oborne, alegou esta semana que houve uma grande mudança editorial no tratamento dado ao banco a partir do início de 2013.
Os documentos demonstram que Sir David e Sir Frederick Barclay tiveram de dar uma garantia financeira pessoal como segurança adicional aos credores.
As decisões editoriais do jornal sobre o HSBC foram questionadas esta semana por Oborne, que acusou o jornal de “fraudar seus leitores” em uma carta de renúncia.
Ele alega especificamente que a cobertura do Telegraph sobre o banco mudou abruptamente dois anos atrás. “A partir do início de 2013 as reportagens críticas ao HSBC foram desencorajadas”, afirmou.
A Yodel foi refinanciada na metade de dezembro de 2012 com o maior banco da Europa, o HSBC. Como garantia, o banco assumiu parte da renda de quase todo o negócio — significando que poderia assumir controle da companhia se ela não cumprisse os compromissos assumidos.
Os Barclay acreditam que muitas inverdades foram escritas sobre eles em dias recentes, mas não explicaram exatamente quais.
As revelações sobre as atividades bancárias de alguns dos clientes mais ricos do HSBC dominaram as manchetes da mídia britânica em semanas recentes, mas apareceram apenas brevemente no Telegraph, Oborne argumenta.
Os diretores da Yodel, que incluem os filhos de Sir David Barclay, Aiden e Howard, admitem que o negócio da entrega de pacotes passa “por mudanças rápidas”. Embora isso represente oportunidade de crescimento, há muitas empresas no ramo, levando a um “alto grau de competição”.
Dados oficiais demonstram que a empresa conseguiu ser qualificada como “ativa” para efeitos de contabilidade graças à disposição de sua empresa parente, baseada em Jersey — outra companhia do império dos Barclay chamada LW Corporation — de dar apoio financeiro. Companhias baseadas em Jersey não são obrigadas por lei a publicar balanço.
Ele também alega que repórteres receberam ordens para destruir e-mails, relatórios e documentos relacionados à investigação. “Foi o momento chave”, Oborne escreveu.
Em uma nota respondendo às acusações de Oborne, um porta-voz do Telegraph disse que não poderia comentar sobre relações comerciais do jornal, mas continuou: “Temos o objetivo de dar a nossos parceiros comerciais um amplo leque de soluções de publicidade, mas a distinção entre publicidade e nossa premiada operação editorial sempre foi fundamental para nosso negócio. Refutamos totalmente qualquer alegação em contrário. É uma pena que Peter Oborne, que por quase cinco anos contribuiu com o Telegraph, tenha decidido lançar ataque tão surpreendente e sem fundamento, cheio de imprecisões e insinuações, contra seu próprio jornal”.
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