A arte coletiva
de
destruir a riqueza
nacional
Some-se a um governo medíocre uma oposição desvairada, uma mídia insensata, que não consegue olhar o país além dos seus próprios interesses, e se terá desenhado o mapa da insensatez, com a destruição de ativos brasileiros preciosos.
Em geral diz-se que a esquerda é antiempresarial e a direita é liberal. No Brasil, a pesada herança da colonização consolidou um enorme sentimento antitrabalho, antiatividade produtiva também na direita, da qual os grupos de mídia são os principais arautos. Das novelas da Globo às seções econômicas dos jornais, o rentismo é atividade nobre; a atividade produtiva, uma excrescência tocada por chorões.
Só isso para explicar a inércia com que o país contempla a destruição de ativos relevantes das empreiteiras envolvidas com a operação Lava Jato.
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Esse sentimento obtuso de “punir” empresas – e não seus controladores – não é de agora.
Uma empresa não é apenas seus ativos. É a inteligência que juntou, a rede de fornecedores, o quadro de funcionários, a marca, a tecnologia desenvolvida. Fechada, a empresa resume-se a um tanto de máquinas e prédios. É uma perda coletiva, não apenas para seu entorno, mas para o país.
Por isso mesmo, em qualquer país com um mínimo de racionalidade coletiva, qualquer punição a ilícitos miraria executivos e controladores, não as empresas.
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Tome-se o caso da Lava Jato.
Uma empreiteira não prevarica. Quem prevarica são seus executivos e controladores. Que se processem os controladores, exigindo que vendam seus ativos – incluindo as ações da companhia – para pagar as multas e ressarcimentos. Altere-se o controle, mas não destruam os ativos acumulados.
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As empreiteiras em questão são peças-chave para a próxima etapa do investimento em infraestrutura. Elas possuem a tecnologia, o know-how das Parcerias Público-Privadas, os quadros técnicos.
No entanto, estão sendo destruídas.
No Judiciário, há inúmeros casos de bloqueio da totalidade dos recursos nas contas da empresa, confundindo o capital de giro (essencial para fazer a empresa operar) com acumulação financeira.
A visita do MPF aos EUA
Apesar da seriedade de procuradores que engrossaram a força tarefa que foi aos Estados Unidos, ainda não estão claros os motivos da ida. Seria importante que o Procurador Geral da República Rodrigo Janot esclarecesse, para não dar margem a suposições conspiratórias.
O grupo foi se encontrar com o Departamento de Justiça. Qual a razão? Se a Petrobras está sendo processada nos Estados Unidos, e seu controlador é o governo brasileiro, admite-se a presença da AGU (Advocacia Geral da União), não de procuradores.
A informação de que Janot foi ao Banco Mundial assinar uma convenção contra a corrupção não bate. De acordo com advogados conhecedores da política internacional, esse tipo de protocolo não tem relevância para exigir a presença de um Procurador Geral.
Para esses observadores, a única explicação plausível seria a do PGR mostrar-se como a força que combate a corrupção, e apresentar-se – perante o governo Obama, em princípio contra qualquer disrupção da ordem democrática – como um avalista, para o caso de um interregno na democracia brasileira.
Excesso de visão conspiratória? Pode ser. Mas a falta de esclarecimentos leva a essas desconfianças.
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