Não imagine na Copa,
porque ela é uma
realidade
Fernando Brito
Tomei um avião, hoje de manhã, do Rio para Brasilia.Duas cidades-sede da Copa.Tranquilidade completa.O avião era da Azul, destes que tem TV a bordo.Assisti, portanto, o esforço da Globo em tentar mostrar algum problema na estrutura de recepção aos estrangeiros.Nada, a não ser a greve do metrô de São Paulo, que espantou uma turista canadense.Durante anos você ouviu o “imagina na Copa” para figurar o desastre que seria o desempenho do Brasil como anfitrião.Conversa fiada.Claro que pode ocorrer um problema aqui, outro ali, um assalto, coisas que se passam em qualquer parte do mundo.Nosso país sofreu, por parte de uma mídia e uma elitezinha subdesenvolvida mentalmente, uma campanha indescritível de desmoralização.A história dos gastos públicos é igual.Recomendo a leitura do post de Rodrigo Vianna, onde um colunista esportivo dizia que não se justificava combater a ideia de uma Copa no Brasil com “o velho argumento - de que é melhor construir escolas e hospitais - é falso”.Dizia isso, claro, nos anos 80.A melhor história do dia, para mim, é a da “desorganização padrão Fifa” da Seleção Inglesa, que esqueceu um jogador no hotel.E a melhor imagem é a da torcedora holandesa, feliz da vida diante de sua barraca do “acampotel” montado para torcedores de seu país num clube de funcionários da Eletropaulo, perto da Represa de Guarapiranga, uma tradição da torcida laranja.Barracas de plástico e camas de pinho!Imagina na Copa!Depois reclamam do Lula ter falado em babaquice…-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-Comentários...Dilmar MirandaMoramos, minha mulher e eu, em Portugal em 2011. Em Lisboa, só não tive a carteira roubada em três tentativas de furto, no bonde (elétrico em Portugal), porque reagi, mas tivemos um laptop e uma máquina fotográfica furtados do interior do apartamento onde morávamos. Fui vítima de um roubo de euros por dois escroques italianos em Roma. Minha cunhada foi roubada no metrô de Paris. Em Londres, sofremos uma tentativa de golpe num caixa eletrônico, felizmente não consumado. Em vários locais públicos como bondes, letreiros luminosos de metrôs, ônibus destas cidades, ou então vindo dos próprios moradores europeus , somos alertados abertamente sobre o risco de roubos. Isto é visto por eles como algo natural. Isso não é motivo para vilipendiar seu próprio país. Nenhum deles apresenta o complexo de vira-lata típico de certas camadas sociais do Brasil. A crítica que tem aos seus países, refere-se à crise econômica que estão sofrendo: corte de salário, taxa de desemprego altíssimo, inflação, recessão precarização do trabalho etc. Ao contrário das matérias da mídia nativa que eles não leem, de um modo geral, eles possuem uma visão bastante positiva do Brasil. Só para dar um exemplo. Em Lisboa, havia várias lojas que vendiam produtos brasileiros como guaraná, queijo de minas, goiabada, café, cachaça, para atender prioritariamente os brasileiros que migraram para Portugal. Testemunhei o fechamento de várias dessas lojas por falta de consumidores, ou seja, de brasileiros que estão retornando ao Brasil porque aqui conseguem se reempregar. Esta é a grande crise veiculada pela mídia nativa.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
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