Moramos, minha mulher e eu, em Portugal em 2011. Em Lisboa, só não tive a carteira roubada em três tentativas de furto, no bonde (elétrico em Portugal), porque reagi, mas tivemos um laptop e uma máquina fotográfica furtados do interior do apartamento onde morávamos. Fui vítima de um roubo de euros por dois escroques italianos em Roma. Minha cunhada foi roubada no metrô de Paris. Em Londres, sofremos uma tentativa de golpe num caixa eletrônico, felizmente não consumado. Em vários locais públicos como bondes, letreiros luminosos de metrôs, ônibus destas cidades, ou então vindo dos próprios moradores europeus , somos alertados abertamente sobre o risco de roubos. Isto é visto por eles como algo natural. Isso não é motivo para vilipendiar seu próprio país. Nenhum deles apresenta o complexo de vira-lata típico de certas camadas sociais do Brasil. A crítica que tem aos seus países, refere-se à crise econômica que estão sofrendo: corte de salário, taxa de desemprego altíssimo, inflação, recessão precarização do trabalho etc. Ao contrário das matérias da mídia nativa que eles não leem, de um modo geral, eles possuem uma visão bastante positiva do Brasil. Só para dar um exemplo. Em Lisboa, havia várias lojas que vendiam produtos brasileiros como guaraná, queijo de minas, goiabada, café, cachaça, para atender prioritariamente os brasileiros que migraram para Portugal. Testemunhei o fechamento de várias dessas lojas por falta de consumidores, ou seja, de brasileiros que estão retornando ao Brasil porque aqui conseguem se reempregar. Esta é a grande crise veiculada pela mídia nativa.