"Cheiro de flatulência" pode ajudar
no tratamento de câncer, diz estudo
- Getty Images/iStockphotoSegundo estudo, componente encontrado na flatulência pode ajudar no tratamento de diversas doenças, como câncer, artrite e até demência
Um estudo da universidade britânica de Exeter, no sudoeste da Inglaterra, descobriu que uma substância encontrada em ovos podres e na flatulência pode ajudar a reduzir o risco de enfermidades como câncer, ataque do coração, enfartos, artrite e demência. De acordo com a pesquisa, o sulfeto de hidrogênio presente nesses gases pode ser usado no futuro para tratar essas doenças.
Os cientistas da universidade britânica criaram um composto baseado no sulfeto de hidrogênio chamado AP39. No experimento, foram transmitidas pequenas e concentradas quantidades desse gás para a mitocôndria, que é responsável por "sugar" os nutrientes e transformá-los em energia. Foi descoberto que essa operação ajuda a prevenir ou reverter danos à mitocôndria, o que é considerado primordial para tratar diversas enfermidades.
"Quando as células mudam de comportamento em função de alguma doença, elas extraem de enzimas pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio. Isso faz com que a mitocôndria continue funcionando. Se isso não acontece, as células morrem e elas perdem a possibilidade de regular a sobrevivência e o controle de inflamações", explicou o professor Matt Whiteman, um dos autores da pesquisa.
"Nós exploramos esse processo natural criando um composto, chamado AP39. Nossos resultados indicam que as células danificadas tratadas por ele são protegidas e permanecem vivas", concluiu Whiteman.
De acordo com os cientistas, o composto AP39 foi administrado em diferentes tipos de enfermidades. Em modelos de doença cardiovascular, por exemplo, o estudo mostra que mais de 80% das células da mitocôndria sobreviveram em condições altamente perigosas. O próximo passo é verificar se os experimentos feitos em laboratório podem ser testados em humanos.
"Embora o sulfeto de hidrogênio seja conhecido por ser nojento, ele é naturalmente produzido em nosso corpo e pode ser efetivo no tratamento de diversos problemas de saúde no futuro", explicou Mark Wood, professor da universidade de Exeter e um dos autores do estudo.
O estudo completo foi publicado no periódico científico "Medicinal Chemistry Communications". O resumo do estudo pode ser encontrado no site da universidade de Exeter (em inglês).
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