Um bombardeio de Israel matou pelo menos 19 palestinos refugiados em uma escola administrada pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quarta-feira (30). Outro ataque aconteceu na região de um mercado perto de Gaza, em que 17 palestinos morreram. Segundo a agência Reuters, 96 palestinos e três soldados israelenses morreram apenas na quarta-feira por conta da ofensiva de Israel.
Estima-se que muitos civis palestinos procurem abrigo nas escolas da ONU, especialmente em Jabalia, maior campo de refugiados palestinos existente, situado no norte da Faixa de Gaza, perto da fronteira israelense. O número de desalojados aumentou depois da advertência do Exército de Israel sobre a possibilidade de bombardeios em massa contra seus bairros. De acordo com a missão das Nações Unidas, só no norte da Faixa de Gaza, 70 mil civis deslocados estão abrigados em escolas.
No total, cerca de 180 mil habitantes do território palestino estão refugiados, em condições muito precárias, nas 83 escolas geridas pela UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina). Depois do ataque, a agência da ONU acusou o Exército de Israel de “grave violação do direito internacional”.
“Ontem à noite, crianças foram mortas enquanto dormiam ao lado de seus pais no chão de uma sala de aula em um abrigo da ONU em Gaza. Crianças mortas enquanto dormiam; isso é uma afronta para todos nós, uma fonte de vergonha. Hoje o mundo está em desgraça”, afirmou Pierre Krähenbühl, comissário-geral da UNRWA.
O Exército israelense tentou negar a autoria do ataque na escola das Nações Unidas, argumentando que a região teria sido alvo de militantes armados.
Israel decidiu continuar a ofensiva e não há sinal de uma interrupção no conflito que já dura três semanas e deixou 1.346 mortos palestinos, 56 soldados e três civis mortos israelenses. Na terça-feira, o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al Qedra, explicou que os ataques por terra, mar e ar se intensificaram ao longo do dia e que dois terços das vítimas deles são civis, incluindo mulheres e crianças.
Segundo Ashraf Al Qedra, as forças armadas israelenses “atacaram casas, edifícios, centros de imprensa, desabrigados, mesquitas e áreas rurais”. Testemunhas e forças de segurança palestinas informaram que os piores bombardeios de ontem foram contra várias moradias do campo de refugiados de Al Bureij, na região central de Gaza, onde morreram 17 pessoas – entre elas, o prefeito local, Anis Abu Shamalah, além de vários menores e mulheres.
Em um dos ataques israelenses, foi atingida a casa do líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniya, que não estava no local. A casa dele, que foi primeiro-ministro em 2006, ficou completamente destruída, segundo informou a TV Al Aksa.
Na terça-feira, também atingida a única central elétrica da Faixa de Gaza, que está em chamas após receber ao menos um disparo de artilharia. O porta-voz Fathi Jalil disse à agência palestina Mann que um disparo caiu em um tanque de combustível e assim o incêndio começou. Grandes colunas de fumaça negra tomam as instalações enquanto tentam apagar o fogo. Outra granada alcançou uma turbina. Até agora, os bombeiros não conseguiram apagar o fogo.
Jalil falou de consequências “desastrosas” para a região, na qual grande parte dos 1,8 milhões de habitantes depende do funcionamento da central, e pediu ajuda internacional. A central fornece eletricidade a casas, empresas, hospitais e bombas de água na região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário