As eleições, vistas do
bunker de Dilma
Do AMgóes - Interlocutores da blogosfera, alguns com acesso aos bastidores do PT, fazem sérias restrições ao ministro Paulo Bernardo, tido como responsável, no curso do governo Dilma, por inibir avanços expressivos que, no começo do mandato, eram tidos como exequíveis no processo de continuidade de ações desencadeadas pelo governo Lula, notadamente o projeto da 'Lei de Meios', o Marco Regulatório ds Comunicações. O petista Bernardo, do Paraná, seria contumaz trocador de figurinhas com a Rede Globo e outros veículos do PiG.
Até agora a coordenação da campanha não coordena.
Há um grupo de pessoas, composto pelo marqueteiro João Santana, Aluizio Mercadante, Franklin Martins, o presidente do PT Rui Falcão aos quais se agregaram, recentemente, o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo e o assessor especial de Dilma Giles Azevedo.
É um grupo que discute estratégias mas não define rumo. Cada qual define seu próprio rumo, aliás.
A rigor, há três focos de tratamento da imagem de Dilma.
Santana tem sua visão estratégica. Define um caminho e vai em frente sem se incomodar com as questões mais táticas - responder a um ataque aqui e ali. Na opinião desses observadores, errou ao pretender criar uma imagem para Dilma dissociada dos oito anos de Lula. Aparentemente deu-se conta do erro e começa a acertar o rumo reconstruindo o discurso de 12 anos.
O segundo foco é o trabalho do Secretário de Comunicação Thomas Traumann. Há o reconhecimento do belo trabalho de recuperação de imagem de Dilma, correndo atrás do tempo perdido. Mas não tem influência na coordenação.
O outro eixo é protagonizado por Franklin Martins e pelo presidente do PT Rui Falcão, mais empenhados nas guerras táticas de informação. Franklin é responsável pelo site MudaMais.
Recentemente ocorreram ruídos na campanha, com a história da crítica contra a CBF publicada no site. Também saíram notas sobre conflitos em torno do slogan, entre o MudaMais proposto por Franklin e outro proposto por Santana.
São dois episódios ridiculamente minúsculos, tão irrelevantes que nem Dilma se importou com eles. Mas foram esquentados e apresentados como pontos de crise na campanha e como sinal de que Mercadante assumiria a coordenação geral.
A questão é que o balão foi empinado internamente, assim como os ataques recentes a Franklin.
Apesar do protagonismo de Mercadante, e de se saber de suas ligações com a mídia paulista, os dois movimentos não são atribuídos a ele. A suspeita é que os petardos tenham partido de Paulo Bernardo, o único dos membros da coordenação que alimenta desavenças radicais com Franklin. Os tiros ocorreram pouco depois da sua entrada no grupo.
Ele seria a fonte misteriosa alimentando o off da cobertura.
O desgaste dos candidatos
Em relação à última pesquisa do Datafolha, grosso modo reflete o quadro atual, embora a Folha tenha exagerado na palavra "empate". Pela metodologia do Datafolha, a margem de erro de 2 pontos ocorre no nível de 50%. No nível de 40% a margem é menor. Além disso, se a diferença entre Dilma e Aécio é de 4 pontos e a margem é de dois, a probabilidade da diferença ficar em 8 pontos é a mesma do empate anunciado. Portanto, não existe empate estatístico.
Mesmo assim, não se tem ilusão sobre o desgaste de Dilma.
Há um processo claro de desgaste de Dilma e do governo PT em geral, algo natural depois de 12 anos no poder. Mas nada que não possa ser parcialmente combatido durante a campanha, principalmente porque as pesquisas qualitativas têm demonstrado grande rejeição do eleitorado a Aécio Neves - que enfrenta problemas de imagem tão fortes quanto os de Dilma, embora de natureza distinta. É isso o que explica ele empacar em 20% apesar do aumento de rejeição de Dilma.
Assim como no caso de Dilma, não se afasta a possibilidade de se reverter a imagem de Aécio durante a campanha.
A recente manchete da Folha contra Aécio - em cima de um tema irrelevante - é visto como sinal de que irá começar em breve a campanha de baixarias contra Dilma.
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