Os BRICS não são
de
brincadeira
Emanuel Cancella (*) Francisco Soriano (*)
Os BRICS, que correspondem à aliança do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, unem os principais países emergentes e são uma resposta aos países hegemônicos, formados principalmente pelos EUA e Europa, que só se referem aos países pobres como colônias.
Com exceção do presidente Barack Obama, representante dos americanos que respeitamos, principalmente pelas políticas como o fim do bloqueio a Cuba, o início do desmonte da prisão de Guantánamo, as negociações com o Irã (ou seja, a prática de se valer menos da força do que do diálogo na política internacional), a sensibilidade com os problemas sociais e a defesa dos americanos pobres, negros, imigrantes latinos, nos permite dizer que Obama é indiscutivelmente melhor do que os dois presidentes Bush (pai e filho) ou seus demais antecessores, já que todos imprimiram uma política de império do norte em relação a todos os países latino- americanos, que sempre foram tratados como quintal dos Estados Unidos.
Foi no governo Lula, com o Partido dos Trabalhadores à frente, que se formaram os BRICS e o Mercosul, o que fortalece o ex-presidente, mais uma vez, como um estadista com visão internacional. Houve muito temor de que Dilma não se reelegesse, pois representaria o fim dessas alianças dos BRICS com o Mercosul.
A boa nova vem da China com um pacote de investimentos da ordem de U$ 50 BI em nosso país, priorizando a construção da ferrovia Transamazônica que vai unir os oceanos Atlântico e Pacifico, passando pelo Brasil, o que levará uma explosão comercial do MERCOSUL com o resto do mundo; acabará o isolamento do Brasil no oceano Pacífico e a Venezuela sairá do isolamento!
Enfim, a América do Sul está se levantando, política e economicamente.
A grande mídia, como não poderia deixar de ser, pois sempre se coloca contra o Brasil, deu o informe da reunião de Dilma com o ministro chinês, Li Keqiang, que resultou no pacote bilionário de investimento, como o anúncio de um velório.
Lembrando que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e com no Peru e Chile está em segundo lugar..
Os chineses, apesar do olho pequeno, mostraram sua imensurável visão global que além de despertar entre as nações os sentimentos de liberdade, igualdade e fraternidade, aciona o círculo virtuoso da economia, o que vai gerar investimentos, arrecadação de impostos, empregos e oportunidades para todos, inclusive para os próprios chineses que dão mostras de arrefecimento em sua capacidade de crescimento interno e se abrem para o mundo.
A China, desde o ano 2000, tem conquistado o maior crescimento econômico do mundo, com uma taxa anual de 10% e terá ultrapassado a economia da União Européia, tornando-se o segundo maior mercado de exportação da América Latina, segundo estudos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (ECLAC), da ONU.
Todavia, precisamos estar atentos para o fato de que nossos principais itens de exportação para os chineses se constituem de matérias primas (ferro, soja e petróleo), enquanto que os deles são de manufaturas (televisões, telefones, telas de LCD). Se não pudermos inverter esta situação, pelo menos devemos procurar o equilíbrio.
Acreditamos que essa é a melhor resposta da reeleita presidente Dilma com a qual, enquanto sindicalista temos relação de independência, poderia dar àqueles que, ao que parece, só sabem bater panela.
Honra ao mérito ao grande nacionalista e economista José Carlos de Assis, articulista do pacote chinês no Brasil, junto ao governo, realizando debates sobre o tema no Clube de Engenharia, nas principais centrais sindicais, nos movimentos sociais e sindicatos.
(*) Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
(*)Francisco Soriano é graduado em ciências econômicas, DIRETOR DA TV Comunitária do Rio de Janeiro e autor do Livro “A Grande Partida: Anos de Chumbo”.
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