domingo, 17 de maio de 2015


"Cadê as provas?"


                               

Miguel do Rosário   
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Em sua coluna deste domingo(17), o experiente Janio de Freitas, colunista da FolhaSP, pergunta aos procuradores da Lava Jato: onde estão as provas?
Eu entendi o seu texto da seguinte maneira:
Tudo bem, observa Freitas, que alguns dos deputados ou ex-deputados acusados tem uma ficha mais suja do que pau de galinheiro. Tão suja que torna mais fácil ainda acusá-los sem provas.
O valente jornalista se pergunta: mesmo diante de deputados tão suspeitos, como aliás são suspeitos uma porção de outros deputados, não seria de bom tom, do ponto-de-vista de uma justiça cega e democrática, que os procuradores tivessem elementos consistentes para mantê-los presos?
Diante das perguntas de repórteres, as respostas – observa o colunista – “não puderam sair da vaguidão”.
Os procuradores (…) foram bastante fracos. Mas as respostas eram “isso [as provas] vai ser apurado durante a ação”, “ainda não temos”, “estamos buscando”, coisas assim.
A pretendida indicação objetiva de prova foi mais insatisfatória. “Deu mais de mil telefonemas” para tal ou qual entidade pode ser um indício, mas, no caso, nada prova. Pior ainda: “Ele tinha entrada na Caixa”. Ainda que somadas, constatações assim podem fazer convicção, mas é improvável que façam condenação.
Pois é, prezado Janio, bem-vindo ao Brasil e às suas conspirações midiático-judiciais. Só ressalvaria uma coisa: apesar de sua experiência, você esqueceu que, nos últimos tempos, a existência de provas tornou-se um detalhe pueril para prender alguém. Alguns magistrados superiores já andaram condenando até mesmo sem provas, porque “a literatura assim o permite”…

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