Marx, a educação
e o ódio
André Falcão
A exploração do homem pelo homem; a vida de um dependendo da
exploração do trabalho de outro; a sociedade burguesa como modelo-condição à
evolução dos povos. Esse modus vivendi seria a única solução possível? É o
máximo a que a humanidade pode alcançar em sua tresloucada e cruel existência?
Para os conservadores, impossível
a construção de uma comunidade onde superada a exploração do homem pelo homem.
Seríamos egoístas e mesquinhos por natureza, individualistas até à medula. A
sociedade burguesa, o capitalismo, o mercado seriam os balizadores do mais alto
grau de convivência a que sonharíamos alcançar.
Porém, superada a
derrocada do que mais perto se alcançou em termos de comunismo, ainda que dele
assaz distante, traduzida no fim da URSS e na queda do Muro de Berlim,
percebe-se nos mais diversos extratos da sociedade contemporânea um renovado
interesse pelas ideias marxistas-leninistas.
Esse recrudescimento
naturalmente não é à toa. Ao contrário, certamente impregnado por uma realidade
desumana, em que imperam crescentes pobreza e miserabilidade, o desemprego, o
acirramento das lutas de classes, a violência urbana, além do crime organizado,
aí inserido o tráfico de drogas, naturalmente que os mais sensíveis e “libertos” daquelas “características” que os
conservadores lhes atribuem como de sua natureza, antes discriminadas,
enxergam, questionam-se e buscam alternativas para a decadência capitalista.
Assim, as até hoje
insuperadas ideias marxistas retornam à cena com novo vigor, ao mesmo tempo de
um lado redespertando o interesse em parcelas da população mundial
descontentes; de outro, entretanto, estimulando a reação do capital, que volta
a amplificar o investimento maciço na aplicação das táticas de manipulação do
povo, notadamente midiáticas, do financiamento em movimentos em sua defesa,
escamoteado pela pecha de populares e anticorrupção (a história em alguns
aspectos se repete), além do velho e patético(mas nada surpreendente e ainda
vigoroso) discurso de que o Comunismo é o mal,
pois despejado em sociedades histórica, filosófica, sociológica e politicamente
tornadas propositadamente ignorantes.
Chega-me a notícia de que
o Brasil hoje investe mais(AQUI) em educação do que
países como o Japão. Ao mesmo tempo, persiste reduzindo as (AQUI)desigualdades sociais e pôs fim à fome de 500 anos. Também descobrimos o
pré-sal e seus trilhões de dólares.
E aí? Percebe a
manipulação que leva ao ódio cego e à baba, seletiva, da anticorrupção?
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