Popularidade crescente de Dilma reduz poder do PMDB
por Brasil 247 publicado 30/11/2013
R. STUCKERT FILHO / PR
O PMDB mantém o cacoete de falar grosso com o governo, amparado por suas estruturas nos Estados, mas o vozeirão do partido não está botando medo na presidenta Dilma Rousseff. As primeiras informações sobre o resultado da reunião com a cúpula do PMDB deste sábado (30), na Granja do Torto, em Brasília, dão conta de que fechou-se, apenas, o apoio do PT ao grupo da governadora Roseana Sarney e seu pai,o senador José Sarney, no Maranhão. Os demais pontos de conflito de interesse continuam sem solução. Fizeram parte do encontro, além da anfitriã Dilma, o vice-presidente Michel Temer e o ex-presidente Lula.
O Rio de Janeiro é o Estado mais emblemático da perda de poder de pressão do PMDB. Ali, enquanto Dilma lidera com folga as pesquisas de opinião, o governador Sergio Cabral procura submeter o PT a apoiar seu vice Luiz Fernando Pezão na eleição de 2014.
Por amizade com Cabral, Lula vai conseguindo adiar o desembarque do PT do governo fluminense, mas essa situação não poderá seguir indefinida. Os levantamentos de opinião mostram que Pezão é o lanterna na corrida eleitoral neste momento, chegando a aparecer em sétimo lugar nos mesmos patamares do estreante Bernardinho, do PSDB.
Por outro lado, o senador Lindbergh Farias disputa as posições da frente, aparecendo sempre próximo aos líderes Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivela (PRB). Se Cabral não reconhecer a sua própria fragilidade – ele terá dificuldades para se eleger ao Senado em razão de erros crassos de atitude pessoal e comunicação em seu governo –, a aliança entre os dois partidos vai, necessariamente, ser rompida. A direção nacional do PT está fechada no apoio a Lindbergh.
No Ceará, a postulação do peemedebista Eunício Oliveira em ser o candidato apoiado pelo PT esbarra, igualmente, numa situação política bastante concreta. O governador Cid Gomes e seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, desembarcaram do PSB recentemente, num gesto que enfraqueceu o governador pernambucano e presidenciável Eduardo Campos. Dilma e Lula sabem que a retribuição ao gesto será o PT apoiar o candidato dos Gomes, pelo Pros, apesar de não haver diferenças pessoais com Eunício. Ele, no caso, apenas está no partido que se enfraqueceu no Estado.
No Pará, o ex-governador Jader Barbalho trabalha pelo apoio petista ao seu filho Helder. Ele pode conseguir o seu intento, mas menos pela força da agremiação no Estado, e mais pela sua proximidade com o presidente do Senado, Renan Calheiros. Em nome das relações cordiais em Brasília, o PT deve aceitar subir no palanque de Renan para governador de Alagoas. Ele, por sua vez, costura, de quebra, o acordo a favor dos Barbalho. Mas essas alianças ainda vão demandar mais tempo para serem deglutidas dentro do PT. O quadro ainda não estaria suficientemente maduro.
De certo mesmo, para o momento, é a aquiescência dos petistas em relação a apoiar o grupo de José Sarney e sua filha Roseana. Tranquilizando o pai dela, o senador e ex-presidente Sarney – que pretende concorrer a mais um mandato pelo Amapá –, Dilma e Lula têm meio caminho andado para a manutenção da aliança nacional entre os dois partidos. O que não significa que irão ceder facilmente a um tipo de pressão que, se funcionou no passado, no presente não tem a mesma força de antes.
O problema é que estão sobrando intenções de voto para o ex e para a atual presidente, enquanto muitos peemedebistas não se destacam nas cenas regionais.
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