Do AMgóes - Ao reproduzir no Facebook textos postados diariamente aqui no blog, acessados por mais de 16 mil leitores,no país e exterior, nos últimos 5 meses, cuidei em contribuir no debate plural de ideias. Haviam-me alertado, porém, que o 'Face', de caráter meio, digamos,surrealmente 'anarcodemocrático', passou a generalizado escoadouro de 'neoanalistas de plantão', gregos e troianos, notadamente dos que, em nenhuma época anterior, próxima ou distante, assumiram quaisquer posições ou deixaram transparecer a mínima manifestação comportamental sobre o mundo existente além da fronteira de seus umbigos.
Alguns provavelmente não o fizessem à falta de mecanismos midiáticos que os acolhessem ou por não se sentirem estimulados a ir à luta por viverem indiferentes à realidade que os cercava, repleta de polêmicas e dissenções. Assim, nada do que ocorria a sua volta lhes dizia respeito, salvo razões meramente pecuniárias destinadas a suprir o efêmero dia-a-dia.
Com a internet ensejando a criação das redes de caudalosas informações e todos indo com sede ao fundo do posociais, passamos a conviver num oceano de caudalosas informações e todos indo com sede ao fundo do pote. Se podemos opinar, com um singelo 'click', sobre os mais intrigantes mistérios das galáxias, por que não fazê-lo?
A tese de que TODOS podem opinar sobre TUDO tem, todavia, recorrentes efeitos colaterais, dada a previsível exacerbação de tantos quantos, não afeitos ou resistentes ao calor do debate democrático, passaram de repente a interagir aqui no 'Facebook' e outras páginas, acionando a ferramenta escorregadia e complicada do 'achômetro'.
Ocorre que o 'software' do 'achômetro' dispõe de um comando destinado ao encastelamento de nossos 'pecados originais', da defesa incondicional de nossas conveniências e interesses mais intestinos, bloqueando sistematicamente dispositivos que suscitem eventuais e ponderados contraditórios.
Refiro-me, em particular, aos amigos de meu Estado de origem, Alagoas, unidade federativa em permanente conflagração, cuja maioria da população é submetida, faz séculos, à cultura medievalesca dos coronéis da cana de açúcar, em cuja esteira recrudesceu historicamente toda a sorte de permissividades, com a desabrida malversação do dinheiro público nas mais variadas instâncias de poder, produzindo vorazes criminosos 'acima de qualquer suspeita', que se revezam em postos eletivos sob o proverbial expediente da deletéria compra de votos, a cada eleição.
No 'Facebook', já sugeri, 'trocentas' vezes, a deflagração de cívico e corajoso movimento destinado a vigorosa insurgência contra a bandidagem institucionalizada em nossa terra. Nenhum dos furibundos 'indignados' com o que denominam 'caos da corrupção nacional', contumazes escorraçadores do PT e partidos à esquerda, em sua espumante ira contra os governos Lula e Dilma, jamais retornou com a gentileza de, pelo menos, admitir o aterrador cotidiano que vivencia, camuflado pela calhorda justificativa de nossas paradisíacas belezas naturais. Para eles(e elas), Alagoas é um oásis de bem-aventurança inserido no inferno apocalíptico chamado Brasil.
Detalhe irônico: a economia alagoana subsiste graças aos 65% de suas receitas advindos dos programas sociais do governo federal, já que os barões sucroalcooleiros, responsáveis por colossal rombo de mais de 200 milhões de dólares(em cifras de 1988, sem correção) que levaram à falência do Produban, '' diversificaram suas atividades, mudaram de endereço e seguiram impunemente vida afora.
Dessa forma, para não ser injusto com os que me honram através de sempre bem-vindos e pertinentes comentários, tomo a liberdade de limitar ao blog a reverberação rotineira de temas políticos, salvo, a meu juízo, quando da ocorrência de um fato relevante, reproduzindo no Facebook, vez por outra, os demais, com ênfase para os de natureza comportamental.
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