domingo, 14 de julho de 2013

Jornalista diz que Snowden "tem     informação para causar mais           prejuízos" aos EUA                             

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Escândalos e polêmicas do governo Obama14 fotos

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Violação de privacidade - Edward Snowden, 29, ex-técnico da CIA que trabalhou como consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, assumiu a responsabilidade pelos recentes vazamentos sobre a espionagem americana. O técnico revelou voluntariamente que é a fonte utilizada pelos jornais britânico "The Guardian" e norte-americano "The Washington Post", que revelaram dois programas de espionagem que permitem consultar diariamente registros de ligações nos Estados Unidos e extrair informação de servidores de gigantes da internet com o objetivo de espionar estrangeiros suspeitos de terrorismo Leia mais Ewen MacAskill/The Guardian/AP
Glenn Greenwald, o jornalista que revelou as primeiras informações da rede de espionagem mundial dos EUA a partir dos vazamentos de Edward Snowden, afirmou que o ex-técnico da CIA "tem informação para causar mais prejuízos ao governo americano", em entrevista publicada neste sábado na imprensa argentina.

"Snowden tem informação suficiente para causar mais prejuízos ao governo americano em apenas um minuto do que qualquer pessoa jamais teve na história dos Estados Unidos", disse Greenwald ao jornal "La Nación".

No entanto, segundo o jornalista americano, o objetivo do ex-técnico da CIA, acusado pelos EUA de revelar informações secretas, "é mostrar os softwares usados por pessoas de todo mundo que não sabem que estão sujeitas a serem monitoradas sem terem aceitado conscientemente ceder seus direitos de privacidade".

Greenwald se posicionou a favor da decisão de Snowden de permanecer na Rússia porque, em sua opinião, "o mais importante é não acabar preso nos Estados Unidos, pois o governo americano já demonstrou ser extremamente vingativo para punir aqueles que revelam verdades incômodas".

Snowden disse que solicitará asilo político na Rússia devido à impossibilidade de viajar para os países latino-americanos que lhe ofereceram refúgio.

Greenwald, blogueiro e colunista do jornal britânico "The Guardian", denunciou que "não se pode confiar" no sistema judiciário americano quando "se trata de pessoas acusadas de colocar em perigo a segurança nacional do país".

O suposto programa de espionagem americano afeta também, segundo Greenwald, os países da América Latina que têm um avançado sistema de telecomunicações.

"Uma forma de interceptar as comunicações é através de uma corporação telefônica nos Estados Unidos que tem contratos com empresas de telecomunicações na maioria dos países latino-americanos", explicou o britânico.

Greenwald questionou que exista uma forte reação dos governos mexicano e colombiano, mas deixou aberta a porta para que outros Executivos do continente, como o da Argentina e o da Venezuela "estejam dispostos a tomar ações concretas".

Os chefes de Estado da Venezuela, Argentina, Bolívia e Uruguai rejeitaram "enfaticamente" as "ações de espionagem" e "interceptação das telecomunicações" nos países da região por parte dos Estados Unidos na declaração final da 45ª Cúpula do Mercosul realizada ontem em Montevidéu.

Segundo os países signatários, o suposto programa de espionagem "viola a soberania" das nações latino-americanas e "prejudica o desempenho normal das relações entre os países".

GRAMPOS NOS EUA

O programaO Prism é um programa de inteligência secreta americana que daria ao governo acesso aos dados de usuários de serviços de grandes empresas de tecnologia
Quais dados?Não se sabe exatamente, mas qualquer informação poderia ser consultada. O jornal 'Washington Post' cita e-mail, chat, fotos, vídeos e detalhes das redes sociais
Quem sabia?Segundo Obama, o programa foi aprovado pelo Congresso e é fiscalizado pelo Poder Judiciário no país. Todas as empresas negaram participação
FuncionamentoDe acordo com fontes do jornal britânico 'The Guardian', o governo poderia ter acesso aos dados sem o consentimento das empresas, mas, como eles são criptografados, precisaria de chaves que só as companhias possuem
Empresas possivelmente envolvidasMicrosoft, Google, Facebook, Yahoo, Apple, Paltalk, Skype, Youtube, AOL 

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